Abre a porta com dificuldade do prédio onde está indo morar.
Os pacotes da mudança estão em seus braços. Estão quase caindo.
Já não tem as roupas alinhadas de seu trabalho de executiva, e sim,
amarrotadas pelas caixas de mudança.
Seu corpo cansado tenta manter o pique necessário para arrumar toda
aquela bagunça. Quando então, de repente, um rapaz alto jovem ao
sair do prédio pega os pacotes de seus braços. Parece que toda
carga do dia pesado se vai embora. A energia de seus 33 anos é
demonstrada no brilho de seus olhos ao vê-lo.
Olá vizinha. Posso ajudar? – Soam como música aos seus ouvidos
encantados pela beleza dele.
Obrigada. – É só o que ela conseguiu dizer embora tenha tido
vontade de dizer: nossa, claro, e como, quer entrar também? Mas não
diz. Um simples obrigado é o suficiente. Até porque ele se adianta
e diz que virá uma horinha tomar um vinho com ela.
Atiradíssimo e muito atraente com aquele corpão de quase 1.90,
olhos azuis como céu e pele morena cuia.
Uiiiiiii, pra eu descrever é difícil sem babar antes.
Sabe aqueles deuses saídos de algum filme romântico com tudo e mais
um pouco simbolizando a perfeição? É assim esse homem. Perfeito no
perfume, na voz, no corpo.
Ela nem dorme direito pensando no vizinho e se um dia realmente vão
ou não se encontrar.
Como ela não é o tipo de mulher que um homem jogue fora, mas também
não tem o estereotipo de rainha da beleza ou a idade de uma, fica na
dúvida do reencontro. Nem imagina que possam ir alem de um Oi.
Assim, termina a mulher de fazer mais uma mudança em sua vida.
Todavia, com perspectivas de muitas coisas boas nesse novo endereço,
ao menos no sentido que verá um espécime masculino lindo a desfilar
pelo condomínio.
No decorrer dos dias, caixas se abrem e roupas pulam para o guarda
roupa até que alguém bate a porta.
A noite já estava alta.
O vizinho é quem esta do outro lado com duas taças e uma garrafa de
vinho nas mãos.
Ela fica pensando se é verdade ou alucinação sua. No entanto a
campainha toca insistentemente. Não, não é uma peça de sua
imaginação.
Ela abre, e simplesmente, como se conhecessem há muito, se beijam e
bebem o inebriante tinto até embriagados fazerem-se amar no tapete
da sala por entre sons românticos. As taças que se cruzam na
volúpia de prazer desses corpos.
O tempo transcorre em noites e dias de amor.
Como nada é eterno, por infeliz atitude, incompatibilidade de algo
ainda não experimentado, um dos encontros do casal é marcado. Ele
lhe dá um tapa na bunda.
Ela ensandecida lhe rebate no rosto. Coloca-o pra fora do apto e o
encanto de romance quebra-se pra nunca mais voltar.
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Beijo da Nana Pimentel