Acabei de ler uma crônica muito interessante "Boa de Cama" de Riviane Bühler, no facebook. E, ao ficar pensando na questão de ser mulher, tive um grande devaneio acompanhado daquele anseio de expressar idéias. Pois, a moça fez com que eu parasse para
refletir sobre o que sou e o mundo que vivemos.
Não sou uma notável escritora,
ou ainda uma expert em palavras, mas sou amante das possibilidades que nossa
língua nos dá de expressarmos o mundo. E, assim, aqui compartilho umas poucas linhas.
Ah, rugas do tempo em nossas faces mostram tanto de nós! As
células adiposas inchadas, os olhos com seus suportes metálicos são nossas
marcas físicas. E, as emocionais? Vocês se permitem? Deixam-se deleitar com as
gargalhadas das travessuras infantis? Ainda sonham com situações perceptíveis ao
adulto como inatingíveis, mas ainda sim, deliciosas em se imaginarem
realizando? Ou, curtem o brigadeiro de panela, a pipoca e a guerrinha de
almofadas com os amigos “tão gente grande”? Se não sabem mais o que é isso,
permitam-se por um instante experimentarem sensações “infantis”, serem
imperfeitamente perfeitos em viver. Se é
que sensações podem ser classificadas como infantis ou adultas.
Estamos em uma época que não basta ser homem ou mulher,
precisamos ser gente. Derrubar tabus e concepções retrógradas é necessário. Ser
mulher é ser “model”. Ser homem é ser “rico e forte”. Piada! Ilusões modernas.
Ser mulher é ultrapassar a concepção do belo e ser belo na
essência. Ser homem é não se importar com o estereótipo e deixar seu eu
prevalecer. Ser Um gênero, nada mais é que uma marca. No entanto, ser gente é
ser um ser humano, é deixar-se ser.
Ser gente é rir de si, é chorar das incertezas, é devorar
livros a procura de explicações, é ouvir música sem se preocupar em seus
significados, é sonhar, se decepcionar e acertar também.
Diante de um mundo imediatista, efêmero, somos números em
uma sociedade de valores “estranhos”. Onde morar na vila é ser bandido. Ser
político é ser ladrão. Ser gay é estar na moda. Ser rico pode ser um erro. Ser
jovem e fútil é muitas vezes ter “facilidades”. Sociedade que alguns poucos
gostariam de transformar, ou melhor, resgatar a essência de conceitos como
amor, cooperação, solidariedade, honestidade e sabedoria. Hoje, tão próximos.
Todavia, difíceis de estabelecerem.
Nesse mundo em que estamos inseridos somos muitas vezes o
que devemos ser, e esquecemos-nos de ser o que gostaríamos. Anulamos nossos
desejos em prol do aceitável. Não precisa ser assim se tivermos coragem de
mudar, pois a todo o momento temos o futuro diante de nós.
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Beijo da Nana Pimentel