A
minha escolha ao ler e falar sobre Madame Bobary é entorno da
tentativa egoísta de confortar-me com uma vida, embora fictícia,
mais cuel do que a minha se apresenta. No entanto, durante o percurso
desta história passo a apaixonar-me pela audácia de uma mulher
sonhadora e muitas vezes insana mas que tenta viver todos os seus
desejos.
Gustave
Flaubert
Gustave
Flaubert, século19, foi um dos maiores prosadoras da França.
Condenaram-no à prisão por imoralidade e absolvido pela defesa do
contrário.
No
entanto, a história em seu livro Madame Bovary é uma crítica as
convenções burguesas da época e seu fundo nunca foi a questão
moral.
O
autor nasceu em Rouen, França, a 12 de dezembro de 1821, e faleceu
em Croisset. Aos quinze anos apaixonou-se por Elisa Schlésinger, uma
senhora casada. E está, foi sua musa inspiradora nas suas
primeiras obras. Dedicou 30 anos de sua vida em produções
literárias.
Flaubert
teve fidelidade ao amor impossível da juventude e durante parte da
vida ficou isolado para dedicar-se à produção de a MADAME BOVARY.
Flaubert
não tolerava as burrices do ser humano e chegava coleciona as
barbaridades lidas em livros e jornais. Segundo ele, o lugar onde a
havia mais burrice era na província e, está é onde se passa sua
obra "Madame Bovary".
Para
alguns críticos, ele era contra tudo aquilo sua vida representava,
pois rico e vivendo de rendas na idade adulta, sendo que a obra pode
ter surgido da sua crítica ao seu mundo.
Madame
Bovary, o livro
É
a obra-prima de Flaubert e foi baseado em fatos da vida real,um
suicídio após adultério na Normandia da mulher de um oficial.
Foram necessários cinco anos para escrever e quando surgiu, causou
impacto na sociedade.
Flaubert
para compor Emma, buscou uma literatura onde o personaem supera-se a
existência do autor.
Esta
obra representa o Realismo francês. Em 1856 na Revue de Paris,
narrativa vira livro e em 1857 é publicada com muito sucesso.
"Madame
Bovary" é a tragédia de uma menina que, aos treze anos vai
para um convento de Rouen, voltando a casa do pai após o falecimento
da mãe.
Charles,
médico da vila, é chamado à sua casa para ver a perna quebrada do
pai de Emma, e aí Emma e ele flertam. Charles é casado com uma
viúva que logo morre. Entâo, casa-se com Emma. Ela passa a ficar
no lugar da morta.
Madame
Bovary, Emma, tem depressão e tédio desde o início do casamento.
Um dia, ela e o marido são convidados ao castelo de Vaubyessard pelo
Marquês d'Andervilliers e lá, valsa com um Visconde.
As
lembranças do baile alimentam-na durante vários meses até que o
tédio volta. Ela tentava compensar sua vida com a leitura de
romances e de revistas sobre Paris, procura nos livros satisfações
imaginárias para seus desejos pessoais.
Passou
a negligenciar a casa. Empalidecia e tinha palpitações.
Charles
tentou tudo em vão. Decidiram se mudar em Yonville e Emma Bovary
estava grávida. Desejou ter um filho homem mas sua filha nasce.
Despreza. Conhece em Yonville, Léon, um rapaz escrevente, que também
gosta de ler romances. Léon apaixona-se logo por Emma e ela,
disfarça a atração. Charles nada percebe. Tente lutar contra a
paixão e assim, gira a história nos romances secretos de Emmma até
que ela se mata.
Análise
do título da obra
O
título da obra é perfeito. Pois, narrativa gira em torno de Emma
Rouault que ao casar-se torna-se Emma Bovary, Madame Bovary.
É
ela a principal personagem e por causa dela a história acontece. Sem
Emma, não haveria um best-seller.
Logo,
no primeiro capítulo, me questionei quanto ao título porque neste é
Carlos quem marca a narrativa com sua infância mas no segundo
capítulo em diante , Emma surgi superando todos os demais
personagens.
O
espaço
O
espaço na história é extremamente valorizado em detalhes nos quais
permitem ao leitor estar dentro da história, observando todos os
aspectos físicos dos locais.
A
história inicia-se em um vilarejo onde Carlos cresce e vive, após
um tempo sai do lugarejo e vai para Yonville, local onde gira a maior
parte da história.
Detalhes
das casas, pessoas e a festa no castelo de um conde são percebidos
na narrativa.
O
tempo
A
narrativa passa-se no século XIX e a França vive um período em que
a burguesia é hipócrita, já não tem tantas condições monetárias
como antes e quer permanecer a qualquer custo no poder. Uma época
decadente, onde o poder francês já não se faz.
Os
personagens: Emma e Carlos
Emma
quando menina é rebelde e sonhadora. Fingi desmaios no convento para
chamar a atenção das freiras. Ao voltar para a fazenda do pai, apõs
a morte da mãe. Percebe que nesta a beleza de seus livros, os quais
acompanham-na durante toda a vida, não existe. A realidade é um pai
em idade avançada, uma fazenda distante de qualquer coisa que lembre
classe, luxo e beleza. Interessa-se por Carlos e casa-se para fugir
da casa do pai mas na noite de núpcias decepciona-se ao ver que a
paixão vista em seus livros não floriu. Passa a desgraçar sua
própria vida e a ter desequilíbrios pscicológicos muito evidêntes
durante a leitura. Na tentativa da felicidade, quer tornar os lindos
romances lidos em realidade, tem romances secretos. É uma mulher
inconformada com a vida que leva, com a personalidade fraca do
marido, a situação que para uma mulher do século XIX é impossível
de mudar. Procura no início, vencer o desejo de trair o marido, o
seu próprio desejo, até mesmo procurando o clero mas em vão. Pois
este, tão envolto consigo não percebe sua aflição.
Carlos
é um personagem de caráter nobre mas que sem um temperamento mais
decisivo desde a infância se deixa dominar por terceiros. Quando
criança, sua mãe lhe ditava o que deveria aprender e este não
tinha a ousadia de contestar. Durante a vida não muda está situação
e é dominado pela primeira mulher, por Emma, a mãe, o farmacêutico
da cidade que fortemente o influência. Não é um personagem com
brilho, chegando a ser maçante saber sobre ele. A própria Emma,
acha-o cansativo na sua falta de caráter decisivo. No entanto,
mostra-se um homem grandioso ao final do livro, quando ao perceber as
escusas situações vividas pela esposa, após sua morte, perdoa seus
amantes. Seu fim não é menos trágico que o de Emma porque
entrega-se a bebida e morre logo, deixando a filha para ser criada
pela sua mãe. Esta também morre e a filha cresce criada por uma tia
pobre.
Análise
do narrador
O
narrador do texto no primeiro capítulo está em 1ª pessoa, talvez
afim de prender mais a atenção do leitor. É um narrador
personagem, atuando como observador. No restante dos capítulos até
o final do livro o narrador passa para a terceira pessoa, um narrador
etéreo, onde o universo da narrativa não o atingi mas ele tem a
visão sobre tudo e todos.
Temos
um narrador detalhista que nos remete a imaginar detalhes dos locais
por onde nossa leitura se faz a história.
A
obra em primeira leitura é cansativa devido a extensão dos detalhes
narrativos, a frágil personalidade de Carlos e a raiva que Madame
Bovary, Emma, desperta por enganar um homem meigo como o marido. Na
segunda leitura, já não tive a mesma percepção e Emma, passou de
odiada para a heroína. Uma mulher com vários deseqüílibrios
psicológicos mas forte, determinada em ser feliz, ousa ao
entregar-se em prazeres que lhe eram totalmente proibídos, sonhadora
e um dos personagens mais verdadeiros que já vi, tendo todos
anseios, devaneios e mediocridades cometidas por um ser humano.
Gustave
Flaubert, com toda a certeza merece palmas para sua audácia em
mostrar a hipocrisia de uma sociedade
do séc XIX, não muito diferente da nossa época. Só diferente por
ser mais disfarçada em suas discriminações e moralizações.
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Beijo da Nana Pimentel