Ao
referir-se que um falante de determinada língua deve ser poliglota
dela, certamente, Bechara faz a reflexão quanto ao fato da língua
ser viva e para que a comunicação seja clara e efetiva, o emissor
deve saber transmitir suas ideias, adequando a fala e a escrita afim
de ser entendido. Logo, o destinatário também necessita ter o
entendimento da linguagem referida.
Para
que seja compreendida a frase de Bechara, a reflexão sobre ser
poliglota da própria língua pode ser exemplificada pela linguagem
usada no Brasil. O Brasil tem como língua oficial o português. E,
este é falado por mais de 200 milhões de pessoas, sendo que é a
quinta língua mais falada no mundo. Logo, possui uma diversidade
cultural, social e intelectual imensa, tornando a língua portuguesa
praticada com variações linguísticas muito acentuadas. Os
sotaques, gírias e significações diferentes para mesma palavra,
repetem-se o tempo todo em todo lugar dentro do país e fora dele.
Portanto, um brasileiro ao se comunicar deve ter um conhecimento além
do gramatical e aprender como as diferenças regionais, sociais,
culturais e etárias refletem na língua portuguesa e suas formas de
expressão. Tendo em vista, que o brasileiro quer efetivamente
alcançar a compreensão de sua fala em seu ouvinte.
Sendo
assim, o poliglota aplica adequadamente a fala ou escrita respeitando
estas diversidades da língua, de forma a ser compreendido pelo
destinatário, leitor ou ouvinte. Logo, sabendo que a língua é a
chave principal da comunicação entre os homens, o falante se adéqua
fazendo com que o destinatário possa decodificar sua mensagem e
retransmití-la afim de cumprir-se com a função comunicativa da
língua.
Ele
irá se comunicar com um baiano ou paulista e será entendido por
ambos, assim como irá se comunicar com um juiz e um gari sendo
igualmente compreendido, sem dúvida por ter feito o uso adequado da
língua com cada indivíduo. Do contrário, caso não tenha
conhecimento amplo do idioma, poderá cometer gafes e até mesmo ser
mal compreendido por sua falta de conhecimento das diferenças
linguísticas existentes no português.
Portanto,
a frase de Bechara vem trazer a necessidade do estudo da língua mãe
de forma ampla, agramatical, gramatical e cultural para que a
comunicação entre os falantes não seja truncada, com ambiguidades,
subjetiva, inadequada ao público que deseja-se atingir.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN,
M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo:
Hucitec, 1986.
BECHARA,
E. Ensino da Gramática; opressão? Liberdade? 4. ed. São Paulo,
Ática, 1989.
BENVENISTE,
E. Problemas de lingüística geral. São Paulo: National
Edusp, 1976.
TERRA,
Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997
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Beijo da Nana Pimentel