Miscelâneas do Eu
Expressar as ideais, registrar os pensamentos, sonhos, devaneios num pequeno e simplório blog desta escritora amadora que vos fala são as formas que encontrei para registrar a existência neste mundo.
Não cabe a mim julgar certo ou errado e sim, escrever o que sinto sobre o que me cerca.
A única coisa que não abro mão é do amor pelos seres humanos e incompreensão diante da capacidade de alguns serem cruéis com sua própria espécie.
Nana Pimentel
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segunda-feira, 5 de setembro de 2016
O menino e o arco-íris
Era uma vez um menino curioso e entediado. Começou assustando-se com as cadeiras, as mesas e os demais objetos domésticos. Apalpava-os, mordia e jogava-os no chão: esperava certamente uma resposta que os objetos não lhe davam. Descobriu alguns objetos mais interessantes que os sapatos: os copos – estes, quando atirados ao chão, quebravam-se. Já era alguma coisa, pelo menos não permaneciam os mesmos depois da ação. Mas logo o menino (que era profundamente entediado) cansou-se dos copos: no fim de tudo era vidro e só vidro.
Mais tarde pôde passar para o quintal e descobriu as galinhas e as plantas. Já eram mais interessantes, sobretudo as galinhas, que falavam uma língua incompreensível e bicavam a terra. Conheceu o peru, a galinha-d´angola e o pavão. Mas logo se acostumou a todos eles, e continuou entediado como sempre.
Não pensava, não indagava com palavras, mas explorava sem cessar a realidade.
Quando pôde sair à rua, teve novas esperanças: um dia escapou e percorreu o maior espaço possível, ruas, praças, largos onde meninos jogavam futebol, viu igrejas,automóveis e um trator que modificava um terreno. Perdeu-se. Fugiu outra vez para ver o trator trabalhando. Mas eis que o trabalho do trator deu na banalidade: canteiros para flores convencionais, um coreto etc. E o menino cansou-se da rua, voltou para o seu quintal.
O tédio levou o menino aos jogos de azar, aos banhos de mar e às viagens para a outra margem do rio. A margem de lá era igual à de cá. O menino cresceu e, no amor como no cinema, não encontrou o que procurava. Um dia, passando por um córrego, viu que as águas eram coloridas. Desceu pela margem, examinou: eram coloridas!
Desde então, todos os dias dava um jeito de ir ver as cores do córrego. Mas quando alguém lhe disse que o colorido das águas provinha de uma lavanderia próxima, começou a gritar que não, que as águas vinham do arco-íris. Foi recolhido ao manicômio.
E daí?
(GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris. São Paulo: Ática, 2001. p. 5)
Após ler atentamente o texto,
1.Identifique: Título; Autor; Obra da qual faz parte.
2.“Mas logo se acostumou a todos eles”.O termo em destaque refere-se no texto a:
(A) animais no quintal. (B) cadeiras e mesas.
(C) sapatos e copos. (D) jogos de azar.
3. Pode-se concluir que o tema do texto é:
(A) a curiosidade. (B) a insatisfação.
(C) a natureza. (D) a saudade.
4. De acordo com o texto, o menino procurava, desde criança, por:
(A) alguma coisa surpreendente. (B) galinhas e plantas interessantes.
(C) um arco-íris. (D) banhos de mar.
5. “E daí?” A frase final do texto demonstra que a opinião do narrador sobre o destino do menino é de:
(A) pena e desespero. (B) simpatia e aprovação.
(C) indiferença e conformismo. (D) esperança e simpatia.
6. “Desceu pela margem, examinou: eram coloridas!”
No trecho, os sinais de pontuação empregados assinalam:
(A) o tédio do menino. (B) a surpresa do menino.
(C) a dúvida do narrador. (D) o comentário do narrador.
7- Em relação ao trecho “ que o colorido das águas provinha de uma lavanderia próxima”, o que podemos concluir em relação ao córrego?
8- Identifique:
a- narrador: tipo, foco narrativo:
b- características do menino ( primeiro parágrafo):
c- adjetivo atribuído à galinha e à língua que elas falavam:
d- qualidade atribuída às águas do córrego:
9- Faça o que se pede:
a- assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam dígrafo:
( ) córrego, terra, cessar, trabalho.
( ) vidro, provinha, flores, assustando.
b- assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam encontro consonantal:
( ) tarde, passar, vinham, margem.
( ) domésticos, mordia, esperança, largos.
10- Circule os encontros vocálicos, a seguir, separe as palavras abaixo de acordo com o tipo de encontro que apresentam:
*entediado, começou, mordia, chão, rua, automóveis, língua, realidade, quando, lavanderia, canteiros, tédio, viagens, dia, desceu, desceu.
Ditongo:
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encontros vocálicos,
Interpretação de texto,
português
Uma brasileira que está passando pela vida com garra, luta e tentando aprender mais sobre si e dos outros.
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