Em 2008, quando Mia
Couto participava da expedição de uma equipe de estudos ambientais
ao norte de Moçambique, começaram a ocorrer na região ataques de
leões a pessoas. Essa experiência inspirou o autor a escrever este
romance singular. Em A confissão da leoa, uma aldeia moçambicana é
alvo de ataques mortais de leões provenientes da savana. O alarme
chega à capital do país e um experimentado caçador, Arcanjo
Baleiro, é enviado à região. Chegando lá, porém, ele se vê
emaranhado numa teia de relações complexas e enigmáticas, em que
os fatos, as lendas e os mitos se misturam. Uma habitante da aldeia,
Mariamar, em permanente desacordo com a família e os vizinhos, tem
suas próprias teorias sobre a origem e a natureza dos ataques das
feras. A irmã dela, Silência, foi a vítima mais recente.O livro é
narrado alternadamente pelos dois, Arcanjo e Mariamar, sempre em
primeira pessoa. Ao longo das páginas, o leitor fica sabendo que
eles já tiveram um primeiro encontro muitos anos atrás, quando
Mariamar era adolescente e o caçador visitou a aldeia. O confronto
com as feras leva os personagens a um enfrentamento consigo mesmos,
com seus fantasmas e culpas. A situação de crise põe a nu as
contradições da comunidade, suas relações de poder, bem como a
força, por vezes libertadora, por vezes opressiva, de suas tradições
e mitos.
Retirado do site da livraria Saraiva
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Beijo da Nana Pimentel