Miscelâneas do Eu

Expressar as ideais, registrar os pensamentos, sonhos, devaneios num pequeno e simplório blog desta escritora amadora que vos fala são as formas que encontrei para registrar a existência neste mundo.

Não cabe a mim julgar certo ou errado e sim, escrever o que sinto sobre o que me cerca.

A única coisa que não abro mão é do amor pelos seres humanos e incompreensão diante da capacidade de alguns serem cruéis com sua própria espécie.

Nana Pimentel

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terça-feira, 16 de agosto de 2022

Projeto de leitura “Despertando o prazer de Ler”

Projeto de leitura

“Despertando o prazer de Ler”

  

 APRESENTAÇÃO:

            Este projeto será desenvolvido durante os meses de agosto a novembro/2022, com os estudantes do 7º Ano, turma 171A  e 171B, do período matutino e as turmas 222A  e B e 232A, do período vespertino.

            A culminância será no final no mês de novembro com uma roda de conversa sobre os livros lidos.

 

 PROBLEMÁTICA

            Percebeu-se que os alunos do Ensino Fundamental e Médio têm demonstrado dificuldades em expressar-se e argumentar suas opiniões, um vocabulário pobre (indigência lexical) e muitos erros ortográficos. Como melhorar as dificuldades gramaticais e lingüísticas dos alunos?

 

 JUSTIFICATIVA

            Tendo em vista que os educando precisam estar inseridos como agentes sociais  dentro do mundo, possibilitando condições de expressarem suas idéias e argumentar de forma clara e coerente, faz-se necessário que tenham um bom conhecimento gramatical e lingüístico da Língua Portuguesa. Portanto, uma dos caminhos para aquisição de uma linguagem culta é a leitura.

            Considerando a importância da leitura, citado por Brandão e Michelitti apud. Chiappini (1998, p. 17) “O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de intelecção de mundo que envolve uma característica essencial e singular ao homem: a sua capacidade simbólica e de interação com o outro pela mediação da palavra” e este trabalho estará fundamentado nas teorias dos seguintes autores:  Eliana Yunes que fala da importância da leitura como forma de mostrar o que se é. Diz que é através dela que desvendamos as marcas de consciência e história registradas em na memória, no emocional e intelecto. 

            Ezequiel Teodoro da Silva na sua crítica social e literária, ao dizer que as crises dentro da sociedade e a falta de leitura são reflexos de desigualdades sociais e econômicas, nos coloca como educadores a responsabilidade de levar a leitura efetiva na sala de aula. 

            Luiz Carlos Cagliari com seu trabalho de métodos para tornar a sala de aula um lugar de participação, trocas e interação de educandos vem a confirmar o que Ezequiel T da Silva diz.

            Quanto ao prazer da leitura a Dra Maria Helena Martins através de seus conceitos desenvolvimento da leitura prazerosa no leitor afirma esta importância.  

Paulo Freire com seu entendimento que a leitura é uma forma de compreensão do mundo e transformar o que o cerca a partir da reflexão critica e Vygotsky com seu trabalho sobre a importância da linguagem no desenvolvimento humano nos dá o embasamento necessário para afirmar a leitura como propulsora da construção de um homem capaz de exercer seu livre arbítrio com plenitude. 

 

 OBJETIVO GERAL

Integrar - Oportunizar ao aluno a descoberta que a leitura na escola pode ser prazerosa e está lhe trará conseqüências positivas ao ser aprendizado.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Melhorar a argumentação e organização de idéias dos alunos sobre tudo que o cerca;

• Estimular o prazer de ler os mais variados gêneros textuais;

• Desenvolver a linguagem verbal do aluno;

• Motivar a descobertas através da leitura;

• Desenvolver a capacidade de escrita;

• Promover o diálogo e debates entre os alunos.

 

 METODOLOGIA

Levar aos alunos livros de vários gêneros textuais para que escolham o que gostariam de ler no mês de agosto.

Uma vez por semana durante 50min os alunos lerão em sala de aula livros escolhidos previamente por eles e sua professora.

No mês de novembro, cada turma de leitores se reunirão para conversar sobre seus livros lidos no 2º semestre e possíveis leituras para o próximo ano letivo.

 

 REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. Ao Professor, com Meu Carinho.Campinas, SP: Verus Editora, 2004.  ANTUNES, Irandé. Aula de português:encontro & interação. 6. ed. São Paulo: Parábola, 2008.  

ARROYO, M. G. Que educação básica para os povos do campo?In: 12 a 16 de setembro de 2005, Goiás – Luziânia. Seminário Nacional “Educação Básica nas Áreas de Reforma Agrária do MST”.

Azevedo, Fernando Formar Leitores das Teorias às Práticas. Lisboa, Lidel, 2007 BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. 7. ed. São Paulo: Ática, 2010.  BOSI, A. A interpretação da obra literária. In: Céu, inferno. Ensaios da critica literária e ideológica. São Paulo: Ática, 1988. 

CAGLIARI, L.C. Alfabetizando sem BA-BE-BI-BO-BU. São Paulo: Scipione,1998.  CALDART, R. S. Elementos para a construção do projeto político pedagógico da Educação do Campo.Cadernos Temáticos da Educação do Campo. Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2005. 

CALDART, R. S. Pedagogia do Movimento Sem Terra. Petrópolis: Vozes, 2000. CHIAPPINI, L. (Coord.).Aprender e ensinar com textos didáticos e para-didáticos. Vol. II. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2000. 

COIMBRA, Guedes Paulo.A formação do professor de português: que língua vamos ensinar. São Paulo: Editorial, 2006  

COLLOMER, T.; CAMPOS, A. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. 

COSTA, Martins Morais da. Literatura e práticas escolares. Revista aprende Brasil. Curitiba: Positivo, p. 38-39 Ano 3 n° 16.abril/maio de 2007 

FIGUEIREDO, Olívia. Didáctica do Português Língua Materna. Lisboa, ASA, 2005 FOUCAMBERT, J.A criança, o professor e a leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. ____________. (1994). A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas.  FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 42. ed. São Paulo: Cortez, 1997. 

___________. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. ___________. Formação de infâncias leitoras-escrevedoras: desafios da Escola do Campo ___________. Ação cultural para liberdade e outros escritos. 9. ed., São Paulo:Paz e Terra, 2001. 

____________. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 35. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.  

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2ª ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1989. 

JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Vol.1. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. KLEIMAN, Angela. Leitura: ensino e pesquisa. Campinas: Pontes, 1989 

LAJOLO, Marisa e ZILBERMAN, Regina. A formação da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1982.  

LAJOLO, Marisa Philbert. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993. 112 p. 

___________. Literatura: leitores e leitura. São Paulo: Contexto, 1997  MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasilense, 1997.  NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de português: tijolo por tijolo: leitura e escrita. São Paulo, FTD, 1996  

PILETTI, Claudino (org), Didática Especial. São Paulo: Ática, 2000. 

RANGEL, Jurema Nogueira Mendes. Leitura na Escola: espaço para gostar de ler. Porto Alegre: Mediação, 2005.  

ROCHA, T. B. Práticas de leitura nas séries iniciais do ensino fundamental: Implicações  para a formação do leitor crítico. Dissertação de Mestrado pela Universidade Federal do  Espírito Santo. 2008. Disponível em:  http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/nometese_154_TEREZA%20BARBOSA %20ROCHA.pdf. Acesso em 28 de julho de 2014 

SILVA, Ezquiel Theodoro da.(1996). O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 10ª ed. São Paulo: Cortez 

______________. Elementos de uma Pedagogia da Leitura. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 

______________. Leitura na escola e na biblioteca. 2ª ed. Campinas: Papirus, 1986. SILVA, Mauricio da. Repensando a leitura na escola: um outro mosaico. 3 ed. Niterói, RJ: EdUFF, 2002.  

SOARES, Magda. Letramento: um Tema em Três Gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2004, p. 15-25.  

SOLÉ, I & Coll, C. Os professores e a concepção construtivista. Em C. Coll e outros, O construtivismo na sala de aula (pp. 9-28). 6ª edição. São Paulo: Ática . 1998. SOLÉ, I.. Estratégias de leitura. 6ª edição. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998.  SOUZA, Maria Salete Daros de. A conquista do jovem leitor. 2. ed. Florianópolis: UFSC: 1998.  

VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. 4 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000. 

VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 

______________. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1996. ______________. Educação dos Sentidos e mais. Campinas, SP: Verus Editora, 2005. Parte 2, p. 90-101.  

_____________. Por uma educação romântica. 5. ed. Campinas, SP: Papirus, 2002.  YUNES, Eliana; OSWALD, Maria Luiza. A experiência da Leitura. São Paulo, edição Loyola, 2003. 

 

 


segunda-feira, 9 de maio de 2022

Dia das Mães



Como dizem, dia das mães é todo o dia. Afinal, ela não deixa de ser mãe após ter um filho, seja qual for o modo que ela ou ele surgiu em sua vida. Todavia, fizeram um dia para homenagear. Então, ser lembrada é maravilhoso.

Quando penso no que é ser mãe, questiono o que é ser uma filha boa ou não. Penso que talvez seja um eterno aprender. Agora, ser filha de uma mulher incrível é gratificante, e me conforta em minhas dores a história dela e o que ela me ensinou. Tenho a certeza da sua influência no meu caráter e sua parte do que sou e como vejo o mundo. 

Agradeço ter me permitido ser a filha da Sirlei e ter ficado ao seu lado nos últimos dias dela na terra. Agradeço os momentos compartilhados; as lágrimas e sorrisos, os abraços e os segredos; o cheiro inconfundível do seu corpo. Ah, seu corpo que me abrigou e pude me aninhar inúmeras vezes. A saudade que me dói por não lhe ver, me dilacera. Mas me sinto feliz ao mesmo tempo. Cria uma dicotomia. Pois, é um alívio  ela não ter mais dor e poderes continuar sua jornada junto com Deus e um sofrimento por que seu tempo acabou.

O tempo que a vi sofrer, me rasgava o coração. Eu me deitava no chão de uma sala vazia e chorava por saber que era um processo e seu corpo estava morrendo. Não tinha o que fazer. 

Sofri o luto antes dele acontecer. Hoje, fica a espera, que se for possível, se o Senhor do Universo permitir, um dia vou lhe encontrar e lhe abraçar, nem que seja por um instante.

Revendo as nossas fotos, vejo como tivemos momentos gostosos. 

Olhando-me no espelho, a reconheço em mim. 

Trabalhando a vejo em mim. 

Não sou minha mãe, nem jamais serei. Era linda, delicada, risonha e fina. Eu sou extrovertida, desastrada e nada fina. Mas sou parte dela. E, honro minha mãe.

Acompanhou o instante que me tornei mãe. 

Sou mãe e há 31 anos compreendo o quanto difícil e gratificante é ser uma. 

Tenho uma filha fantástica e um ser humano empático, batalhador, forte e determinado. Alguém que todos os dias me orgulho.

Com minha mãe e minha filha tenho muita coisa compartilhada.  Temos segredos, carinhos, amor, amizade e cumplicidade nos liga. Embora, cada uma tenha personalidades totalmente diferentes, nos respeitamos. Aliás, eu e a Sirlei também éramos opostas em muitas coisas, mas no que se refere ao ver o mundo e as pessoas as semelhanças surgiam.

Minha concha, minha Giovanna, meu grande motivo de existir é o meu amor maior e será assim até o fim do meu tempo aqui. Um segundo que estou ao seu lado e sinto seu cheiro me basta e acalenta meu coração. Eu a amo.

Ser mãe não tem receita, não tem fórmula, não tem certo ou errado. Ser mãe é proteger alguém, amar incondicionalmente, errar ao educar e acertar. É também, pedir perdão pelas falhas e perdoar o rebento. 

A glória, benção, graça, o nome que quiser dar ao ser filha e ser mãe, não importa porque a grandiosidade é imensurável.

Obrigada por ser tua mãe, Giovanna.

Obrigada por ser tua filha, Sirlei.

Obrigada minhas avós Iolanda Leda Pimentel e Eva Rodrigues Tavares, minha bisa Horaides Rodrigues por terem sido/ser essas grandes mulheres. Vocês ensinaram muitas coisas. Essa neta primogênita e sempre será grata ao que me deram. Feliz dia das mães.

domingo, 6 de março de 2022

OS LUSÍADAS

 

Os Lusíadas de Luís de Camões (resumo e análise completa)


Revisão por Laura Aidar
 
 Escrito por Rebeca Fuks

Publicado em 1572, o livro Os Lusíadas, de Camões, é um clássico da literatura portuguesa.

Divido em dez cantos, a obra é um longo poema do gênero épico, ou seja, que aborda grandes acontecimentos históricos ou mitológicos. No caso, o tema principal de Os Lusíadas é a bravura do povo português na época das grandes navegações, no século XVI.

Resumo

Na epopeia de Camões o objetivo é cantar a pátria e a história de Portugal. Os versos camonianos celebram os “feitos da famosa gente” portuguesa (canto I) e enaltecem “o peito ilustre lusitano” (canto I).

A viagem de expansão marítima se torna pretexto para que a história de Portugal seja cantada.

“Há um propósito de imortalização coletiva n’Os Lusíadas”.

Helder Macedo

Os Lusíadas também ilustram uma época e demonstram a incapacidade do europeu, mais especificamente do português, de sair de si para identificar-se com o Outro. No poema se observa um europeu impermeável a cultura do Oriente, incapaz de compreendê-la.

Camões evidencia a todo o momento uma preocupação em dizer a "verdade" no seu poema épico, ele frisa em diversas passagens o desejo de cantar os acontecimentos que julga verdadeiros com total transparência: “A verdade que eu conto, nua e crua,/ Vence toda a grandíloca escritura” (Canto V)

Conheça os primeiros versos do poema, retirados do canto I:

As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

As primeiras linhas anunciam o percurso das grandes navegações e o rumo que o poema épico irá tomar. Os versos dedicam-se a homenagear o povo português, aqueles que superaram perigos e guerras para fazer avançar o Império e a Fé.

Além de narrar a conquista do novo reino, Camões já nas primeiras linhas se compromete a contar a história, se for capaz de tamanho “engenho e arte”.

Além de narrar a genealogia de Portugal, das conquistas ultramarinas, o poema exalta, sobretudo, o povo português.

Capa de Os Lusíadas, edição de 1572.
Capa da primeira edição de Os Lusíadas.

Análise d'Os Lusíadas

Estrutura

O poema épico é dividido em dez cantos. No total são 1.102 estrofes, cada uma com oito versos, todos decassílabos heroicos.

São 5 partes que integram a obra:

  • Proposição;
  • Invocação;
  • Dedicatória;
  • Narração;
  • Epílogo.

Estilo da narrativa

A narrativa começa in medias res (ou seja, parte do meio da ação para então inserir todos os acontecimentos), iniciando no meio da viagem de Vasco da Gama. A história de Portugal é contada cronologicamente por Vasco da Gama ao rei de Melinde. A viagem à Índia é usada como representação de todas as navegações portuguesas.

A construção do poema é extremamente bem feita e repetitiva. O herói guerreiro é protegido por determinados deuses e perseguido por outros até que, por conta de sua valentia, coragem e persistência, supera as armadilhas e consegue chegar à terra distante, onde funda novo reino.

O principal inimigo dos portugueses é Baco, que sente ciúme e inveja, e é responsável, direta ou indiretamente, por todas as ciladas.

O episódio do velho do Restelo

Embora Os Lusíadas seja um elogio às grandes navegações, há um episódio, no canto IV, que se apresenta como a contra voz no poema.

O velho do Restelo é aquele que questiona e em última instância discorda da partida das naus, representando aqueles que ficam para trás após a partida dos homens para a grande empreitada.

A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
Cum saber só d'experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
- «Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
Cüa aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!

O episódio da Ilha dos Amores

Outra contradição é a presença da Ilha dos Amores. No canto IX, um lugar místico surge em meio à rota onde os guerreiros vão repousar, rodeados de amantes. Em um poema que louva o império da Fé é de se surpreender a presença de um trecho como este:

Oh, que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves! Que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Milhor é exprimentá-lo que julgá-lo;
Mas julgue-o quem não pode exprimentá-lo.

Sobre a censura

Os versos de Os Lusíadas foram pouquíssimo censurados. Embora fizessem alusão ao amor carnal e ao culto pagão em uma época em que os Jesuítas governavam, a obra caiu na mão de um censor dominicano.

Frei Bartolomeu Ferreira não só não solicitou grandes cortes e alterações como elogiou o autor e o premiou. Camões passou a receber um valor anual de quinze mil réis graças ao elogio do seu censor.

A 2ª edição foi publicada em 1584, já com alguma censura. No entanto, em 1840, na Espanha, já havia duas traduções fiéis ao texto na íntegra.

Curiosidade sobre a composição da obra

Você sabia que a redação de Os Lusíadas durou mais de 12 anos?

Fica claro durante a leitura do poema de Camões como o autor recebeu profunda influência do gênero épico, especialmente de Ilíada e Odisseia, poemas épicos tradicionais gregos.

As epopeias ocidentais cantam originalmente os grandes feitos, as vitórias de um povo conquistador, as peripécias da guerra, os grandes heróis em um espaço territorial ainda não organizado sob a forma de civilização urbana.

Leia Os Lusíadas na íntegra

Encontra-se disponível para download gratuito em clássico completo Os Lusíadas em PDF.

Quem foi Luís de Camões?

Nascido em 1524 ou 1525, provavelmente originário de uma família da Galiza, suspeita-se que tenha frequentado ao mesmo tempo centros aristocráticos e o circuito boêmio de Lisboa. De toda forma esteve de fora do círculo dos letrados, se envolveu em confusões e foi preso.

Segundo Manuel Severim de Faria, primeiro biógrafo de Camões, o poeta foi preso em Goa, em 1556, por um governador da Índia. Logo em seguida foi exilado para a China. No canto X de Os Lusíadas há uma referência ao “injusto mando”.

Nessa ocasião houve um naufrágio no navio onde Camões estava, reza a lenda que o escritor salvou o seu manuscrito a nado. Camões regressa a Portugal em 1569.

Camões
Retrato de Camões

Em 1571, finaliza Os Lusíadas e o oferece a D.Sebastião, obtendo o alvará que permite a impressão (desde que condicionada a uma licença especial, que a obra passe pela avaliação da inquisição). Em 1572, Os Lusíadas é impresso.

Além de ter escrito o maior poema épico em língua portuguesa, Camões também criou célebres versos de amor. É de sua autoria, por exemplo, o poema Amor é fogo que arde sem se ver.

Retrato de Camões.
Retrato de Camões.


EXTRAÍDO DO SITE: https://www.culturagenial.com/os-lusiadas-de-camoes/


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