Miscelâneas do Eu

Expressar as ideais, registrar os pensamentos, sonhos, devaneios num pequeno e simplório blog desta escritora amadora que vos fala são as formas que encontrei para registrar a existência neste mundo.

Não cabe a mim julgar certo ou errado e sim, escrever o que sinto sobre o que me cerca.

A única coisa que não abro mão é do amor pelos seres humanos e incompreensão diante da capacidade de alguns serem cruéis com sua própria espécie.

Nana Pimentel

Páginas

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Anel?



O que é um anel?
Será um anel um elo?
Se é um elo, elo do quê e porquê?
Um anel não é simplesmente, se é que é simples, um arco usado nos dedos?
Ou o anel é convencionado como elo por corações apaixonados?
Ou ainda, é convencionado pela sociedade como um enlace interminável?
Existe realmente algo que importa no uso do anel? Ou melhor, o anel importa por ter um valor econômico, ou importa por ter valor social, ou ainda sentimental pra quem o usa?

Não sei ao certo sua importância ou se algum significado realmente exista. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Mulher sozinha e homens





Quando se vive sozinha com uma filha, mesmo nos dias de hoje, é uma situação muito difícil a relação com os homens. E olha, que não sou nenhuma deusa da beleza ou faço o estereótipo de mulher fatal.
Muitos homens, a grande maioria, se aproximam querendo nos fazer companhia sexual. Dificilmente, procuram uma amizade ou uma relação mais envolvente do que uma simples “transa”.
É lastimável a situação porque se você “abre as pernas” é puta, se “não abre” é frustrada. Grande erro daqueles que assim pensam.
Nos meus 15 anos separada, afirmo, a maioria dos homens são maravilhosos quando lhes somos úteis; egoístas quando não lhes satisfazemos e cruéis quando desprezados.
Agora, desculpe as mulheres também, pois agimos como homens muitas vezes também.
Preciso ressaltar que uma simples transa, em contrapartida, quase nunca estamos a procura.
Bom, o que quero dizer com tudo isso? Que em algum lugar há alguém que vale a pena entrar em minha vida. Só não sei ainda onde, nem tenho pressa a descobrir.
Enquanto isso, preservo os poucos amigos homens que tenho e realmente só na minha pessoa, amizade, se interessam. E para estes, dou todo o meu respeito, amizade e considerações.


Trabalho de cada dia




Era uma manhã daquelas: inverno chuvoso e frio. Meu sono era profundo e o corpo mantinha uma “lombeira” que me impedia de me movimentar ou abrir os olhos.
O miado insistentemente se fazia baixinho ao lado de meu rosto.
Minha gata incansável ao lado de meu gosto repetia: - Miau, Miau!
Irrita-me demasiadamente e não consigo me conter:
- Droga! São 6h da manhã. Não dá prá deixar-me em paz? Preciso dormir mais um pouco. – resmungo inconsolada.
Desisto ao sentir sua língua molhada roçando na ponta do meu nariz.
- Tá bom Kiara, vamos lá!
E assim começou o dia, com a minha gata Kiara correndo para cozinha e parando ao lado do potinho à espera que eu colocasse a sua ração. E, o Gordo, gato que faz jus ao nome, antes mesmo que terminasse de serviu aparece também. Este gato esfomeado veio correndo ao escutar o som da ração caindo dentro do pote.
Nesse processo de ouvir o miado, levantar da cama quentinha e ir até à cozinha, o sono que tinha se foi. Foi para onde? Não sei!
Passo para etapa seguinte da manhã. Vou até o banheiro faço minha higiene pessoal reclamando da água gelada no rosto. Volto para cozinha e preparo o café da manhã.

Cabe dizer, que desde o momento que acordei, meu cérebro está trabalhando contra o tempo e elaborando como realizar todas as tarefas em tempo tão restrito, com um elevado número de coisas que foram programadas ontem.

Café pronto!

Acordo minha filha. Abraço. Beijo. Coloco a bandeja de café da manhã na cama. Essa é uma tarefa que gosto. Normalmente, na bandeja há duas xícaras coloridas com suco, um sanduíche para cada uma e/ou um pedaço de bolo.

Que momentos gostosos são estes minutos juntas! Mas, como tudo que é bom acaba rápido, observo no relógio do celular. Já passam das 7:30 e tenho de me apressar.

Arrumo-me e saio caminhando na rua onde moro no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, até a parada de ônibus próxima do Ginásio Tesourinha. Aliás, a rua onde moro, tem pessoas que conhecemos a mais de 30 anos. Srs e Sras muito simpáticas. A grande maioria judeus dos quais gosto muito, pois fizeram parte de toda a minha infância, adolescência, e agora, fazem parte também da vida de minha filha. O que torna muito bom morar aqui. Parecemos uma grande família.

Para onde estou indo? Trabalhar com remuneração financeira!

Caro leitor, já parou para pensar no verbo trabalhar e seu emprego? Trabalhar, é um interessante verbo. Algumas vezes é mal empregado. Você deve ter estranhado, quando disse trabalhar com remuneração financeira. Mas é isso mesmo. Pois a ação de trabalhar é constante. Quem disse por exemplo, que dona de casa não trabalha? Veja bem. Acorda cedo. Lava. Passa. Cozinha. Limpa. Dá a atenção aos filhos, aos animais de estimação e se tiver marido ou namorado, também estes são lembrados e atendidos. Quando sobra tempo, se é que sobra, a dona de casa cuida de si. Isso que é trabalho duro!

Bom, continuemos nosso dia.

Enfim, chego ao ponto de ônibus e lá vem ele. Estendo o braço. Ele pára e eu entro.

Bom dia! – digo ao motorista, já velho conhecido, embora nunca tenhamos conversado.

Bom dia! – responde.

Lá vamos nós.

Mais 20 minutos de devaneios. Só que neste momento sentada numa cadeirinha. Meus pensamentos são desencontrados e sem continuidade, pois cada parada do ônibus, observo tudo e todos.

Você, sabe como é! A violência está cada vez maior. Sempre há quem atira pedras neste ônibus. Isso já é outra história, que uma hora conto.

Quando chegamos no ponto final, vou para empresa. Entro na minha sala e de mais 200 pessoas. Sento na minha PA. Ah! Desculpe. Usei um termo técnico e pouco conhecido. PA é posição de atendimento, ou seja, local onde o operador de atendimento telefônico realiza sua função. Neste caso, função em uma central de chamadas telefônicas (call center).

Este local tem um computador, uma cadeira, uma mesa, papel, caneta e obviamente, fones de ouvido onde o operador de call center atende as ligações.

Como você deve ter percebido, sou operadora de call center.

Já nos dois primeiros minutos atendo a uma ligação. Quase ninguém liga para uma central de chamadas para elogiar, então vem a primeira reclamação.

O grande segredo desta profissão é ser disciplinado, bom ouvinte e não passar nenhum tipo de sentimento negativo ao cliente. Nossa! Não sou mais eu, pois falo pelos cotovelos.

A empresa passa a falar com o cliente através de mim e como dizem: “o cliente tem sempre a razão e quando não tem, é porque você não entendeu direito, e ele tem!”

Escuto, analiso, digito palavra por palavra e dou-lhe uma resposta a solicitação.

E, assim se processam as demais chamadas recebidas que ora são reclamações, ora são dúvidas e muito, muito raramente mesmo, elogios.

Já passaram as 6 horas e 15 minutos na empresa e devo ir embora. Então, vou para o próximo trabalho.

Chego à faculdade e o trabalho mental continua.

No entanto, está direcionado a assuntos de meu interesse intelectual. Graças a Deus!!!

Quando vai se aproximando às 22:40 o corpo já não aguenta mais. A mente já está cansada mas não tenho como parar.

Saio da aula. Vou para casa.

Ao chegar, os trabalhos em casa continuam. A filha tem prova e precisa de ajuda. Na mesa começamos a estudar, enquanto no fogão, o jantar é aquecido e a máquina de lavar lava as roupas do dia.

Após, jantarmos, lavarmos a louça, estendermos as roupas no varal, organizarmos os materiais da escola e faculdade, planejamos o dia de amanhã. Nessas alturas do campeonato, já são 1:30 da manhã.

Um beijo de boa noite. Cada uma vai para sua cama.
Estou exausta! No entanto, muito feliz, pois se o trabalho dignifica o homem, eis que estou a caminho. Enfim, durmo! Daqui a algumas horas, mais um trabalho de cada dia.


Volte sempre!

Volte sempre!

Pesquisar este blog

Minha estante de livros!