Miscelâneas do Eu

Expressar as ideais, registrar os pensamentos, sonhos, devaneios num pequeno e simplório blog desta escritora amadora que vos fala são as formas que encontrei para registrar a existência neste mundo.

Não cabe a mim julgar certo ou errado e sim, escrever o que sinto sobre o que me cerca.

A única coisa que não abro mão é do amor pelos seres humanos e incompreensão diante da capacidade de alguns serem cruéis com sua própria espécie.

Nana Pimentel

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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Eu e o mundo



Acabei de ler uma crônica muito interessante "Boa de Cama" de Riviane Bühler, no facebook. E, ao ficar pensando na questão de ser mulher, tive um grande devaneio acompanhado daquele anseio de expressar idéias. Pois, a moça fez com que eu parasse para refletir sobre o que sou e o mundo que vivemos. 
Não sou uma notável escritora, ou ainda uma expert em palavras, mas sou amante das possibilidades que nossa língua nos dá de expressarmos o mundo. E, assim, aqui compartilho umas poucas linhas.
Ah, rugas do tempo em nossas faces mostram tanto de nós! As células adiposas inchadas, os olhos com seus suportes metálicos são nossas marcas físicas. E, as emocionais? Vocês se permitem? Deixam-se deleitar com as gargalhadas das travessuras infantis? Ainda sonham com situações perceptíveis ao adulto como inatingíveis, mas ainda sim, deliciosas em se imaginarem realizando? Ou, curtem o brigadeiro de panela, a pipoca e a guerrinha de almofadas com os amigos “tão gente grande”? Se não sabem mais o que é isso, permitam-se por um instante experimentarem sensações “infantis”, serem imperfeitamente perfeitos em viver.  Se é que sensações podem ser classificadas como infantis ou adultas.
Estamos em uma época que não basta ser homem ou mulher, precisamos ser gente. Derrubar tabus e concepções retrógradas é necessário. Ser mulher é ser “model”. Ser homem é ser “rico e forte”. Piada! Ilusões modernas.
Ser mulher é ultrapassar a concepção do belo e ser belo na essência. Ser homem é não se importar com o estereótipo e deixar seu eu prevalecer. Ser Um gênero, nada mais é que uma marca. No entanto, ser gente é ser um ser humano, é deixar-se ser.
Ser gente é rir de si, é chorar das incertezas, é devorar livros a procura de explicações, é ouvir música sem se preocupar em seus significados, é sonhar, se decepcionar e acertar também.
Diante de um mundo imediatista, efêmero, somos números em uma sociedade de valores “estranhos”. Onde morar na vila é ser bandido. Ser político é ser ladrão. Ser gay é estar na moda. Ser rico pode ser um erro. Ser jovem e fútil é muitas vezes ter “facilidades”. Sociedade que alguns poucos gostariam de transformar, ou melhor, resgatar a essência de conceitos como amor, cooperação, solidariedade, honestidade e sabedoria. Hoje, tão próximos. Todavia, difíceis de estabelecerem.

Nesse mundo em que estamos inseridos somos muitas vezes o que devemos ser, e esquecemos-nos de ser o que gostaríamos. Anulamos nossos desejos em prol do aceitável. Não precisa ser assim se tivermos coragem de mudar, pois a todo o momento temos o futuro diante de nós.

terça-feira, 21 de abril de 2015

“Mia Couto, outros autores e literatura”




A riqueza da literatura africana, nas mais diversas fases literárias, é expressa através de abordagens dos contos, crônicas e poesias de escritores. E, frisando especificamente a terceira fase da literatura africana diz-se que durante os processos de colonização e pós descolonização o povo em muitos países perdeu sua identidade ao deixar-se levar pelo eurocentrismo imposto por países Europeus. Nas escolas da África do Sul, assim como em muitos outros lugares do continente, a língua oficial tornou-se a do colonizador e não a língua pátria. O que aconteceu também com a literatura, passando a ser focado autores clássicos de língua inglesa na maioria dos locais.
A visão do que era escrito na África por alguns autores é combatida por outros autores que hoje tem destaque internacional. Estes últimos o fazem na tentativa de não enganarem o mundo com inverdades. O que certamente a África vivencia é o que tem se passado também do Brasil para o estrangeiro. Quando se pensa em Brasil imagina-se as brasileiras como pessoas mulatas sambistas com biquínis minúsculos o tempo todo, futebol e carnaval em todos os cantos. Distorcendo a realidade.
Os esteriótipos, visões improcedentes, espalhados pelo mundo dito globalizado, no que tange a África, estão sendo quebrados pelas produções africanas de autores como: Agualuza, Mia Couto, Craveirinha, Nadine, Ondjak, Pepetela e Chiziane. E, esta leva de autores da terceira e quarta fase da literatura, depois da independência a tentarem “liquidar, exorcizar, eliminar os rastros do imperialismo cultural” e deste modo criar uma marca da sua sociedade e da sua literatura.


Para ter-se um exemplo claro de alguns trabalhos em Terra Sonâmbula de Mia Couto, o realismo fantástico apresentado contextualiza o momento de guerra de Moçambique e a tentativa de se reconstruir sem sair dali, pois a terra se move e não o homem. Procura valorizar a chuva, a água e o local. Deste modo, o autor leva o leitor a uma análise do que é importante na sua vida. Já em outra grande obra de José Eduardo Guadaluza, “ Teoria Geral do Esquecimento”, percebe a existência da metáfora do colonialismo e a necessidade de livrar-se dele. Finalizando com pelo menos estas três obras como exemplificadoras, temos “Niqueti - Uma história de poligamia” de Chiziane que faz críticas severas a hipocrisia social, leva a reflexão do poder e tenta expor uma linguagem que se diferencie da europeia.
Os autores da descolonização, em especial Mia Couto, falam que descolonizar foi apenas um passo por que a maioria do povo ainda está atrelado ao imperialismo e o processo identitário está em caminhada constante, sendo fortalecido através da literatura africana espalhando-se pelo mundo e as discussões sobre o que é uma nação e o que são suas contradições.

Enfim, a África é una e cada parte de sua composição única em cultura, sociedade, política e arte todavia ainda precisa de reflexões e quebras de preconceitos distorcidos de sua existência. São africanos e seus livros os verdadeiros responsáveis por estas transformações ao oportunizar aos povos o contato com suas histórias.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O sonho




Pediste para que eu falasse de um sonho, que tarefa difícil me deste, pois falar de um sonho é quase um desrespeito aos demais sonhos que tenho.
Por menor que seja um sonho, ele sempre é grande ao seu sonhador.
O que seria do homem se os sonhos não existissem em suas vidas?
São os sonhos que movem as ações que possibilitam essas concretizações.
É através dos sonhos que forças se renovam e nossas metas se estabelecem.
Talvez fosse mais simples dizer que sou uma sonhadora. Sempre tenho sonhos.
Quando um se realiza, outro nasce em seu lugar.
No entanto, hoje, um dos meus sonhos é ter a tranquilidade de levantar pela manhã, sabendo que as dificuldades da vida são ínfimas diante do meu potencial para solucioná-las.
Pode até ser que nunca se concretize mas o que nos move é o sonho. É esse desejo que se mistura ao tudo do universo. A possibilidade de um dia o sonho concretizar-se, deixando de ser o que é para tornar-se realidade.


Adriana Tavares Pimentel


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