Miscelâneas do Eu

Expressar as ideais, registrar os pensamentos, sonhos, devaneios num pequeno e simplório blog desta escritora amadora que vos fala são as formas que encontrei para registrar a existência neste mundo.

Não cabe a mim julgar certo ou errado e sim, escrever o que sinto sobre o que me cerca.

A única coisa que não abro mão é do amor pelos seres humanos e incompreensão diante da capacidade de alguns serem cruéis com sua própria espécie.

Nana Pimentel

Páginas

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Interpretação de texto, linguagem verbal e não-verbal, fonemas e substantivos

1 – Classifique os textos abaixo em Linguagem Verbal, Linguagem Não-Verbal ou Linguagem Verbal e Não-Verbal.

A)

B)

C)

D)


2 – Os fonemas são sons produzidos na fala. Para que esses sons sejam produzidos, eles contam com o auxílio de letras. Em alguns casos, as letras podem ser mudas (não representam som). Marque a alternativa em que a palavra contenha uma letra muda.
A) Constatar B) Festa C) Preguiça D) Coragem E) Formal
3- Classifique as palavras abaixo em relação à quantidade de Letras e Fonemas, conforme modelo abaixo:
MASSAGEM = 8 letras e 7 fonemas

A) FOLHAS ________________________________________________________________
B) GROSELHA _____________________________________________________________
C) QUEIMAR ________________________________________________________________
D) ASSESSORIA ____________________________________________________________
E) MEXESSE ________________________________________________________________

4 – Leia o trecho do poema “Pé de quê?”.

Nem em pé-d’água
Em pé-de-atleta
Em pé-de-cabra
Em pé-de-boi ou pé-de-galinha
Em pé-de-meia
Ou pé de moleque
Não entra o sapatinho vermelho-sangue
[...]

A) Como podemos perceber, no poema encontra-se uma série de palavras cuja composição se dá em torno da palavra pé. Como essas palavras se classificam?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

B) Explique qual o significado de cada uma delas.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 – Os substantivos uniformes podem vir acompanhados de artigo definido “o” / “a”, ou artigo indefinido “um” / “uma”. Abaixo complete os espaços em branco com o artigo UM se o substantivo for masculino e UMA se o substantivo for feminino.

A) ________ guaraná gelado. B) ________ grama de ouro.
C) ________ xérox autenticada. D) ________ eclipse esperado.
E) ________ telefonema inesperado. F) ________ problema social precisa ser resolvido.
G) Ninguém trouxe _______ cal para jogar na parede.

6 – Leia o texto abaixo:

A criatura
Laura Bergallo
A águia deu um voo rasante sobre a pista, e o garoto se soltou quando ela passava bem em cima da moto desocupada. Assim que ele caiu montado, foi dado o sinal de largada.
As motos aceleraram ruidosamente e partiram em disparada, enfrentando obstáculos como rampas, buracos e lamaçais. O páreo era duro, mas a motocicleta do garoto era uma das mais velozes. Logo tomou a dianteira, seguida de perto por uma moto preta reluzente. Conduzida por um piloto de aparência soturna. [...]
Inclinando o corpo um pouco mais, o garoto conseguiu acelerar sua moto e aumentou a distância entre ele e o segundo colocado. Mas o piloto misterioso tinha uma carta na manga: num golpe rápido, fez sua moto chegar por trás e, com movimento preciso, deu uma espécie de rasteira na moto do garoto.
A motocicleta derrapou e caiu, rolando estrondosamente pelo chão da pista e levantando uma nuvem de poeira. O garoto rolou com ela e ambos se chocaram com violência contra uma montanha de terra, um dos últimos obstáculos antes da chegada.
A moto negra ganhou a corrida, sob os aplausos da multidão excitada e o garoto ficou desmaiado no chão.
Com um sorriso vitorioso, Eugênio viu aparecer na tela FIM DE JOGO. Soltou o joystick e limpou na bermuda o suor da mão. [...]

A) O desfecho do texto é surpreendente. Explique por quê.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________

B) Releia o trecho: “Mas o piloto misterioso tinha uma carta na manga”. Explique o significado do termo em destaque de acordo com o contexto.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

C) Retire do texto QUATRO substantivos uniformes, do gênero feminino.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

D) Retire UM substantivo coletivo e explique a que tipo de seres ele indica.



7 – Relacione o substantivo feminino da coluna da direita com o seu correspondente masculino da coluna da esquerda.


Compadre


Cabra

Imperatriz


Cadela

Cão


Ovelha

Bode


Amazona

Genro


Dama

Padrasto


Comadre

Zangão


Nora

Cavalheiro


Madrasta

Carneiro


Abelha

Cavaleiro


Imperador

8 – A obra Imperador Amarelo é um conjunto de narrativas milenares da tradição chinesa, passadas de geração em geração a fim de passar mensagens de sabedoria. Leia o trecho abaixo:

Quando a estrada for estreita, pare e abra o caminho para quem estiver passando; quando houver fartura, deixe um terço para que os outros saboreiem. Esta é uma boa forma de viver no mundo em meio à paz e à felicidade.
Huanchu Daorem. In. O Imperador amarelo.

Nesse sentido, analise as afirmações abaixo e marque V para as alternativas Verdadeiras e F para as alternativas Falsas.


O livro recebe o mesmo nome de uma das histórias

Animais típicos da China, como tigres e raposas, são personagens de algumas histórias.

Em todas as narrativas, verifica-se o apego do povo chinês às coisas materiais.

A simplicidade não é valorizada nos ensinamentos dos chineses, conforme a lição dos sábios antigos.

Os gêneros dos textos da obra são: lenda e conto, todos breves.

9 – Complete o texto abaixo flexionando em número os substantivos, indicados em parênteses, no plural.
A) Os ____________ (pião) rodopiaram na calçada lá de casa.
B) Ele tem medo de ___________________ (sótão) porque assistiu filmes de terror.
C) Em todos os ___________________ (verão) viajamos. Neste iremos para Fernando de Noronha.
D) Tirei várias _________________ (xérox) do mesmo texto para poder distribui-lo entre os amigos.
10. (0,4) Assinale a alternativa que apresenta uma frase escrita em linguagem informal. Em seguida, justifique a sua resposta.

A) “Nicolau veste seu indefectível colete vermelho.”
B) “Não seja severo demais ao criticar os erros dos outros” [...] (O Imperador Amarelo)
C) “O meu velho trampa o dia inteiro e troca uma ideia comigo só de noite.”
D) “Há um vilarejo ali, onde areja um vento bom.” (Vilarejo, Marisa Monte)




domingo, 25 de setembro de 2016

A velha e os ladrões


     Era uma vez uma velha que morava nos arredores de um povoado. Uma noite estava se aquecendo junto ao fogo tendo como única companhia as chamas ardentes quando, de repente, ouviu ruídos em cima, em seu quarto. Surpresa, disse:
     - Eu diria que há ruídos lá em cima... ou será impressão minha?
     Depois, ouviu claramente passos que iam de um lado para o outro e compreendeu que se tratava de ladrões que tinham ido rouba-la. Como estava sozinha e ninguém podia ajuda-la, começou a pensar:
- O que é que eu poderia fazer para esses ladrões irem embora? Ah, já sei!
     E, decidida, dirigiu-se para o pé da escada e começou a gritar:
     -Bernardo, suba para o terraço! Maria, pegue a espingarda!
-Juan, cace-o!
-E você, Pedro, bata neles!
-Ramon, conte quantos são!
Ao ouvir os gritos da velha, os ladrões se assustaram muito e
disseram:
     -Olhe que não tem pouca gente nesta casa... É melhor ir embora[...]
     Mais tarde, a velha, sentada diante do fogo, começou a gargalhar... e contam que ainda continua rindo.
( Isabel Sole )

Entendendo o texto
Complete o quadro.


Quem é a personagem principal da história?


Onde se passa a história?


Qual foi o problema da história?


Como foi resolvido o problema?



Responda.

1-Onde você acha que estavam Bernardo, Maria, Juan, Pedro e
Ramón?
R:______________________________________________________________________________________________________________

2- Por que a velha riu tanto?
R:______________________________________________________________________________________________________________

3- Procure no dicionário o significado de:
arredores:
_______________________________________________________________________________

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Numeral

Leia e resolva com atenção:
1) Faça conforme o modelo: 40º - quadragésimo
a) 42º __________________________________________
b) 55º__________________________________________
c) 63º__________________________________________
d) 75º__________________________________________
e) 48º__________________________________________
f) 58º__________________________________________

2) Reescreva as frases abaixo, substituindo as expressões destacadas por numerais multiplicativos.
a) Ela nunca consegue comprar só um, sempre compra três vezes.
_____________________________________________________________________
b) Neste ano, os empresários estimam que a economia cresça quatro vezes mais.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
c) Em uma década, a cidade aumentou dez vezes seus limites.
_____________________________________________________________________

3) Escreva por extenso os numerais:
a) XI - _________________               e) XV - __________________________
b) IXXX - ______________________ f) XXVI - ________________________
c) VIII - __________________           g) IV - ___________________________
d) VI - _______________

4) Escreva por extenso:
a) 663.512 __________________________________________________
b) 5.456 ____________________________________________________
c) 435.938 __________________________________________________
d) 1.824 ____________________________________________________

Literatura entrelinhas - 21 de setembro de 2016





CONCEITOS LITERÁRIOS E GÊNEROS LITERÁRIOS

terça-feira, 20 de setembro de 2016

HISTÓRIA DE BEM-TE-VI


(Cecília Meireles)
Com estas florestas de arrranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa de jardim zoológico; e outros até acham que seja apenas antiguidade de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal que tenha uma árvore.  Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.
Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e “querejuás todos azuis de cor finíssima…”. Nós esquecemos tudo: quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é literatura…
Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.
E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborrecia.
O que me leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: “…te-vi! …te-vi!”, com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras, achei natural que também os passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo humano.
Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão – como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? – animou-se a uma audácia maior.
Não quis saber das duas sílabas, e começou a gritar daqui, dali, invisível e brincalhão: “…Vi! …Vi! …Vi!”, o que me pareceu divertido, nesta era do twist.
O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol – que se há de pensar de bem-te-vis assim progressistas, que rompem com o canto da família e mudam os lemas dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.
Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar. E cantava asim; “Bem-bem-bem-bem… te-vi!” Pensei: ‘É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!…” Depois, o passarinho mudou. E fez: “Bem-te-te-te … vi!” Tornei a refletir: “Deve estar estudando a sua cartilha… Estará soletrando…”. E o passarinho: “Bem-bem-bem … te-te-te … vi-vi-vi!”
Os ornitólogos devem  saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos assuntos, ouviram, pensaram e disseram: “Que engraçado! Um bem-te-vi gago!”
(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira…!)
__________________________________________________________
Vocabulário:
Ornitólogo – aquele que estuda as aves
Querejuá – nome de pássaro de plumas de cores vivas e variadas, comum na região litorânea da Bahia e Rio de Janeiro. Também conhecido como cotinga, catingá, crejoá, quereiná e quiruá.
Twist – dança de origem americana, da década de 1960.
Team – palavra da língua inglesa traduzida em português como “time”, isto é, grupo esportivo.
___________________________________________________________
Após a leitura do texto, responda às questões abaixo:
A. Marque a alternativa que substitui a expressão que está em destaque nas frases:
1. Muita gente acha que passarinho seja apenas antiguidade de museu.
a.(   ) coisa que não existe mais             b.(   ) coisa inútil
c.(   ) coisa muita antiga                          d.(   ) coisa já esquecida
2. O canto do bem-te-vi seria um sobressalto providencial em todas as repartições.
a.(   ) um grande susto                            b.(   ) uma surpresa agradável
c.(   ) um aviso atrasado                         d.(   ) um acontecimento inesperado e agradável
3. Um bem-te-vi caprichoso se recusava articular seu nome completo.
a.(   ) dizer        b.(   ) pronunciar      c.(   ) cantar         d.(   ) explicar
4. O passarinho limita-se a gritar: “…te-vi!…”
a.(   ) começa a           b.(   ) contenta-se com             c.(   ) excede-se em           d.(   ) restringe-se a
5. O bem-te-vi gritava com a maior irreverência grammatical.
a.(   ) desrespeito       b.(   ) prudência        c.(   ) correção       d.(   ) despreocupação
6. O bem-te-vi devia estar em todas as repartições para no momento oportuno anunciar sua presença.
a.(   ) marcado       b.(   ) favorável      c.(   ) impróprio       d.(   ) previsto
7. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras achei natural seu comportamento.
a.(   ) revoltadas     b.(   ) precipitadas      c.(   ) descuidadas     d.(   ) impacientes
B. Assinale a alternativa adequada para completar as frases seguintes, de acordo com o texto:
1. No texto, o fato é narrado sobretudo com:
a.(   ) ironia     b.(   ) tristeza      c.(   ) bom humor       d.(   ) saudosismo
2. No primeiro parágrafo do texto, diz-se que a relação entre o homem e a natureza será:
a.(   ) cada vez menos frequente               b.(   ) sempre importante
c.(   ) um privilégio para poucos               d.(   ) coisa esquecida e desnecessária
3. Em repartições públicas,  canto do bem-te-vi seria uma agradável surpresa porque:
a.(   ) alegraria os funcionários no trabalho
b.(   ) lembraria a natureza num local caracteristicamente urbano
c.(   ) distrairia funcionários e visitantes
d.(   ) despertaria a curiosidade das pessoas da cidade
4. O fato interessante que o texto mostra a respeito do passarinho é:
a.(   ) seu aparecimento no quintal dos vizinhos
b.(   ) sua viagem com um time de futebol
c.(   ) a mudança observada no seu canto
d.(   ) a mudança nas cores de suas penas
5. O canto “…te-vi! …te-vi!…” seria uma irreverência gramatical porque:
a.(   ) o verbo deve concordar com o sujeito
b.(   ) não se deve começar uma frase com pronome pessoal oblique
c.(   ) deve-se pronunciar corretamente as palavras
d.(   ) deve-se iniciar frases sempre com maiúsculas
C. Assinale mais de uma alterntiva de acordo com o texto:
6. O texto sugere várias causas para o comportamento do bem-te-vi, entre elas:
a.(   ) o bem-te-vi estava cansado
b.(   ) estava soletrando sua cartilha
c.(   ) estava brincando
d.(   ) o passarinho era gago
e.(   ) estava fazendo poesia nova
f.(   ) era um passarinho preguiçoso
D. Para você pensar e tirar suas conclusões.
1. O texto fala sobre a possiblidade de haver passarinhos nas repartiçoes públicas. É possível isso acontecer atualmente? (   ) sim    (   ) não       Por quê?

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A DESPEDIDA




              Zeca entendeu tudo na hora. Deu um grande abraço no irmão. Trocaram um olhar, e meio que combinaram tudo, sem dizer nenhuma palavra. Foram detrás do prédio. Não acharam nenhum lugar de que gostassem. Caminharam um pouco mais e chegaram num terreno baldio. Pararam perto duma árvore, cavaram a terra com as pazinhas que tinham trazido. Enterraram o hamster no maior silêncio.
              Cobriram a cova com a terra. Com tristeza, com dor, Zeca fez uma cruz com dois paus de madeira que encontrou pelo caminho e amarrou com elástico. Com uma caneta escreveram: “Olhos vermelhos. Dez meses de idade. Saudades de Edu e Zeca.”
              Voltaram para casa chorando. Edu se apoiava em Zeca, que caminhava devagarinho, sentindo que a ocasião não era pra nenhuma estabanação. Deu o tempo que o Edu precisava. Não disse nada, nem ouviu nada. Só silêncio e lágrimas rolando.
              Em casa, Edu se trancou no quarto. Não quis saber de mais nada. Nem de jantar, muito menos de conversar ou ver tevê. Zeca até emprestou o seu videogame, mas nem isso animou o Edu. Deitado na cama, olhos fechados, coberto até o pescoço, porque estava sentindo frio, só pensava na falta que Olhos Vermelhos ia fazer. Chorou até dormir. Dormiu de cansaço.
              Edu sofria, Zeca chamava o irmão pra ler suas revistinhas, mas Edu nem se interessava... A mãe insistia pra que ele fosse dar umas voltas, brincar com os amigos, jogar futebol, apostar corrida, pedalar na bicicleta. Ele só queria ficar em casa. Pensando.
              Resolveu desenhar num caderno grosso tudo o que lembrava as aprontações e da carinha marota de Olhos Vermelhos. Ficava horas nisso... Tinha perdido alguém que adorava! E quem perde alguém tão querido não sai dando voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina. Os pais tinham que entender que perder o melhor amigo era duro. Muito duro. Talvez mais tarde encontrasse alguma coisa que o consolasse. Agora, por enquanto, nesse momento, não tinha nada, nadinha! Só um coração vazio.
(ABRAMOVICH, FANNY.IN: OLHOS VERMELHOS .SÃO PAULO: MODERNA ,1995.)

Interpretação e análise
1.Qual é a autoria do texto? Em qual livro está publicado?
2.Qual o tema principal de A despedida?Assinale apenas uma alternativa:
(  ) animal de estimação           (   ) lidar com as perdas de algo ou alguém
(   ) amizade                           (   ) afeto entre irmãos
3. Quem era Olhos Vermelhos?
4. Quem eram Edu e Zeca?
5.Qual dos dois meninos  ficou  mais triste pela perda? Qual poderia  seria o motivo?
6.Qual a relação entre o título A despedida  e o texto? Explique com suas palavras
7. Que outro título você daria, considerando a relação com o texto?
8. Escreva duas ações que estão no texto comprovando que Zeca se importava com o sofrimento do irmão.
9.”E quem perde alguém tão querido assim não sai dando voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina.” Você concorda com essa ideia? Justifique sua resposta.
10. Você já sofreu uma grande perda? Se quiser, relate em um parágrafo a sua experiência e como lidou com isso.

domingo, 18 de setembro de 2016

Redação

Leia as orientações com atenção
Prova deve ser feita com caneta azul ou preta.
Não deve conter rasuras. Use um rascunho se necessário e passe a limpo.
Os rascunhos devem ser entregues juntos.
Serão avaliados os seguintes itens: ortografia, concordância verbal e nominal, acentuação, parágrafo, letra maiúscula quando necessário e uso da língua padrão (sem uso de gírias ou linguagem de internet).

1) Escreva um resumo do primeiro capítulo do livro que você leu, citando qual o nome do livro, o que acontece com o personagem logo no início, o que ele fala ou pensa ou agi. ( 12 linhas)

2) REDAÇÃO TEMA: O PERIGO DO LIXO PARA O MEIO AMBIENTE
Leia o texto abaixo.
                                         Qual é o problema do lixo?

      Todos temos ouvido falar muito que o lixo é um problema. Mas ao cidadão comum parece que o problema do lixo só existe quando há interrupção na coleta do lixo e os lixeiros deixam de passar na sua porta.
      O que é preciso entender é que, mesmo quando o lixo é recolhido pelos lixeiros, ele não desaparece, apenas é levado para outro lugar. E é preciso muito cuidado para que ele não cause os problemas que estava causando na porta de sua casa e em outro lugar. Afinal, a cidade também é nossa casa, assim como o país, o continente e... o Planeta.
       O lixo, como os demais problemas ambientais, tornou-se uma questão que excede à capacidade dos órgãos governamentais e necessita da participação da sociedade para sua solução. Disponível em: http.www.institutogea.org.br|oproblemadolixo.html. Acesso em: 1junho2012. Fragmento.                                                                                                                                                                                       Com base no texto apresentado e nos conhecimentos individuais, redija um texto, na modalidade culta da Língua Portuguesa, com aproximadamente (20 linhas), sobre o seguinte tema:  O PERIGO DO LIXO PARA O MEIO AMBIENTE.
Fale sobre a responsabilidade de cada pessoa em relação ao lixo, mostrando quais problemas ele pode trazer futuramente para a sociedade e o que precisa ser feito para que o lixo não provoque estragos ainda maiores ao meio ambiente e, conseqüentemente, à vida no planeta.

sábado, 17 de setembro de 2016

A assembléia dos ratos

A assembleia dos ratos

                 Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa
velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
               Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o
estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
               — Acho – disse um deles - que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe
atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.
                Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com
delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:
              — Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?
              Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo.
              Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
              Dizer é fácil - fazer é que são elas!
(LOBATO, Monteiro). In Livro das Virtudes – William J. Bennett – Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1995. p. 308.)

01. Na assembleia dos ratos, o projeto para atar um guizo ao pescoço do gato foi
(A)  aprovado com um voto contrário.
(B)  aprovado pela metade dos participantes.
(C)  negado por toda a assembleia.
(D)  negado pela maioria dos presentes.



























quinta-feira, 15 de setembro de 2016

MINSK


    Quando tio Severino voltou da fazenda trouxe para Luciana um periquito. Não era um cara-suja ordinário, de uma cor só, pequenino e mudo. Era um periquito grande, com manchas amarelas, andava torto, inchado e fazia: ___ “Eh! Eh!”
     Luciana recebeu-o, abriu os olhos espantados, estranhou que aquela maravilha viesse dos dedos curtos e nodosos de tio Severino, deu um grito selvagem, mistura de admiração e triunfo. Esqueceu os agradecimentos, meteu-se no corredor, atravessou a sala de jantar, chegou à cozinha, expôs à cozinheira e a Maria Júlia as penas verdes e amarelas que enfeitavam uma vida trêmula. A cozinheira não lhe prestou atenção, Maria Júlia  franziu os beiços pálidos num sorriso desenxabido. Luciana desorientou-se, bateu o pé, mas receou estragar o contentamento, desdenhou incompreensões,afastou-se com a ideia de batizar o animalzinho. Acomodou no fura-bolo e entrou a passear pela casa, contemplando-o, ciciando beijos, combinando sílabas, tentando formar uma palavra sonora. Nada conseguindo, sentou-se à mesa de jantar, abriu um Atlas. O periquito saltou-lhe da mão, escorregou na folha de papel, moveu-se desajeitado, percorreu lento vários países, transpôs rios e mares, deteve-se numa terá de cinco letras.
     ___ Como se chama este lugar, Maria Júlia?
     Maria Júlia veio da cozinha, soletrou e decidiu:
    ___ Minsk.
    ___ Esquisito. Minsk?
    ___ É.
    Não confiando na ciência da irmã, Luciana pegou o livro, avizinhou-se da mãe, apontou o nome que negrejava na carta, junto aos pés do periquito:
    ___ Diga isto aqui, mamãe.
    ___ Minsk.
    ___ Engraçado. Pois fica sendo Minsk, sim senhora. Caminhou muito e parou em Minsk. É Minsk.
                                                                                      ( Graciliano Ramos )
1- Qual o significado da palavra em destaque?
a- “...viesse dos dedos curtos e nodosos de tio Severino...”
    (   ) sujos        (   ) ásperos       (   ) grossos
b- “... que enfeitavam uma vida trêmula.”
    (   ) medrosa      (   ) insegura        (   ) dócil
c- “... Maria Júlia franziu os beiços pálidos ...”
    (   ) mostrou        (   ) contraiu        (   ) mordeu
d- “... num sorriso desenxabido.”
    (   ) sem graça     (   ) suave      (   ) tranquilo
e- “... mas receou estragar o contentamento ...”
    (   ) temeu        (   ) quis       (   ) pareceu
f- “ ... desdenhou incompreensões ...”
    (   ) desprezou       (   ) aceitou          (   ) recebeu
g- “... deteve-se numa terra de cinco letras.”
    (   ) pisou          (   ) encontrou          (   ) parou

3- Luciana recebeu um periquito diferente  de seu tio.
a- indique as propriedades (características - adjetivos) que não pertenciam ao seu periquito.
b- indique as propriedades que pertenciam ao seu periquito.
4- Luciana agradeceu o presente ao tio?_______________________________________

5- A quem Luciana foi mostrar o presente que recebera?
  (   ) à mãe     (   ) a Maria Júlia  (   ) à cozinheira   (   ) à cozinheira e a Maria Júlia
6- Quem era Maria Júlia?____________________________________________________
7- Relacione:
   a- desprezo               b- indiferença            c- revolta
   (   ) “Luciana desorientou-se, bateu o pé ...”
   (   ) “A cozinheira não lhe prestou atenção.”
   (   ) “Maria Júlia franziu os beiços pálidos num sorriso desenxabido.”
8- O que Luciana procurou fazer para esquecer a atitude de Maria Júlia e da cozinheira
9- A escolha de Minsk foi: (   )  casual                 (   ) premeditada.
10- Do texto, você pode concluir que Luciana não sabia ler? Por quê?
11- Por que mostrou para sua mãe o mapa em que estava escrito a palavra “ Minsk”?
12- A menina gostou do nome “Minsk” pelo: (   ) som da palavra  (   ) significado da palavra.
13- Que tipo de narrador o texto apresenta? Onde acontecem os fatos narrados? Quem é a personagem principal? Que tipo de narrador o texto apresenta?
lugar:____________________________________________________________________
personagem principal:______________________________________________________
tipo de narrador:___________________________________________________________
14- Adjetivo é a palavra que indica qualidade, características dos seres, ou seja, dos substantivos. Grife nos trechos abaixo todos os adjetivos.
    a- “Era um periquito grande, com manchas amarelas.”
    b- “Luciana abriu os olhos espantados, estranhou que aquela maravilha viesse dos dedos curtos e nodosos de tio Severino.”
    c- “Expôs à cozinheira e a Maria Júlia as penas verdes e amarelas que enfeitavam uma vida trêmula.”

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Literatura entrelinhas - 14 de setembro de 2016





LITERATURA AFRICANA EM LÍNGUA PORTUGUESA



MIA COUTO - TERRA SONAMBULA

terça-feira, 13 de setembro de 2016

O menino e o arco-íris


Era uma vez um menino curioso e entediado. Começou assustando-se com as cadeiras, as mesas e os demais objetos domésticos. Apalpava-os, mordia-os e jogava-os no chão: esperava certamente uma resposta que os objetos não lhe davam. Descobriu alguns objetos mais interessantes que os sapatos: os copos – estes, quando atirados ao chão, quebravam-se. Já era alguma coisa, pelo menos não permaneciam os mesmos depois da ação. Mas logo o menino (que era profundamente entediado) cansou-se dos copos: no fim de tudo era vidro e só vidro.
Mais tarde pôde passar para o quintal e descobriu as galinhas e as plantas. Já eram mais interessantes, sobretudo as galinhas, que falavam uma língua incompreensível e bicavam a terra. Conheceu o peru, a galinha-d´Angola e o pavão. Mas logo se acostumou a todos eles, e continuou entediado como sempre.
Não pensava, não indagava com palavras, mas explorava sem cessar a realidade.
Quando pôde sair à rua, teve novas esperanças: um dia escapou e percorreu o maior espaço possível, ruas, praças, largos onde meninos jogavam futebol, viu igrejas, automóveis e um trator que modificava um terreno. Perdeu-se. Fugiu outra vez para ver o trator trabalhando. Mas eis que o trabalho do trator deu na banalidade: canteiros para flores convencionais, um coreto etc. E o menino cansou-se da rua, voltou para o seu quintal.
O tédio levou o menino aos jogos de azar, aos banhos de mar e às viagens para a outra margem do rio. A margem de lá era igual à de cá. O menino cresceu e, no amor como no cinema, não encontrou o que procurava. Um dia, passando por um córrego, viu que as águas eram coloridas. Desceu pela margem, examinou: eram coloridas!
Desde então, todos os dias dava um jeito de ir ver as cores do córrego. Mas quando alguém lhe disse que o colorido das águas provinha de uma lavanderia próxima, começou a gritar que não, que as águas vinham do arco-íris. Foi recolhido ao manicômio.
E daí?
(GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris. São Paulo: Ática, 2001. p. 5)


Após ler atentamente o texto, identifique:
Título:                                                                                             Autor:
Obra da qual faz parte:
2.“Mas logo se acostumou a todos eles”.O termo em destaque refere-se no texto a
(A) animais no quintal.                          (B) cadeiras e mesas.
(C) sapatos e copos.                            (D) jogos de azar.
3. Pode-se concluir que o tema do texto é
(A) a curiosidade.                                (B) a insatisfação.        
(C) a natureza.                                   (D) a saudade.
4. De acordo com o texto, o menino procurava, desde criança, por
(A) alguma coisa surpreendente.            (B) galinhas e plantas interessantes.
(C) um arco-íris.                                   (D) banhos de mar.
5. “E daí?” A frase final do texto demonstra que a opinião do narrador sobre o destino do menino é de    (A) pena e desespero.                                 (B) simpatia e aprovação.
(C) indiferença e conformismo.                     (D) esperança e simpatia.
6. “Desceu pela margem, examinou: eram coloridas!”
No trecho, os sinais de pontuação empregados assinalam
(A) o tédio do menino.                                (B) a surpresa do menino.
(C) a dúvida do narrador.                            (D) o comentário do narrador.
7. Esse texto é:
(A) uma crônica      (B) uma notícia  (C)  informativo       (D) fábula

8. Como você descreveria o menino?
9. Por que o menino sempre abandonava as coisas que encontrava?
10. Comente sobre o desfecho do texto, dando sua opinião.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Trupe ‘Doutores de Esperança’ leva alegria a pacientes do Sul do Rio .



Leia o texto para responder as questões.



1 O Dia Mundial da Saúde é comemorado nesta terça-feira (7). Para celebrar a data, o G1 acompanhou o trabalho de um grupo do Sul do Rio que, voluntariamente, dedica parte do tempo para levar alegria à pacientes de hospitais da região. É a trupe Doutores de Esperança. Vestidos com jaleco e fantasiados de palhaços, eles percorrem as unidades de saúde há cerca de dois anos.
2  “Para entrar no grupo, os voluntários passam por uma espécie de treinamento para estarem aptos às intervenções nos hospitais. Todos os doutores fazem oficinas de palhaçaria e curso de interpretação. Temos também voluntários que fazem a interseção — orações depois que a gente realiza as brincadeiras”, explicou o músico e um dos mentores do projeto, Leandro Santos, ressaltando que atualmente 60 pessoas estão envolvidas no projeto.
 3 Conhecido com Dr. Petit Poá, Leandro reforça que o principal objetivo do grupo é dar uma injeção de alegria aos pacientes. “Quando estamos vestidos com o personagem, somos os médicos da alegria. Sabemos que o paciente está doente, mas a gente brinca com a parte boa dele. Fazemos com que ele esqueça um pouco do problema e só lembre de coisas boas”, disse.
4  Internado há quase dois meses no Hospital Municipal Prefeito Aurelino Gonçalves Barbosa de Pinheiral, o aposentado Jorge Teixeira da Silva ficou surpreso com a visita. Segundo ele, apesar das dores físicas, a atitude do grupo fez renascer uma vontade maior de viver.
 [...]
Cada visita uma nova história.
5 Os doutores palhaços, chamados de besteirologistas, não fazem simples visitas, mas intervenções, segundo a voluntária Cristiane Ribeiro, conhecida como a palhaça Drª Krika Risadinha.
6 “Chegamos, brincamos de examinar... Mas nosso principal objetivo é levar momentos de descontração para os internados. Queremos que eles esqueçam um pouquinho daquele momento difícil para sorrir, pensar que podem seguir em frente”, explicou.
7 Segundo ela, a cada visita o grupo sai renovado, com uma história boa para contar.“Esse projeto também faz bem para a gente. Não somos profissionais da saúde, mas levamos alegria para as pessoas. Às vezes a gente acha que está indo até o hospital levar um pouco de ânimo para os pacientes, mas no final somos nós que saímos renovados”, acrescentou.
8  Além do hospital de Pinheiral, a trupe dos Doutores de Esperança também faz plantão periódico no Hospital Vita em Volta Redonda, no Hospital Santa Maria e na Santa Casa de Barra Mansa .
https://www..globo sul-do-rio-costa-verde%2Fnoticia%2F2015%2F04%2F+trupe-doutores-de-esperanca-leva-alegria-pacientes)


1) Releia o lide da reportagem e sublinhe os segmentos de frase que respondem à pergunta:
 a) quem? — com linha dupla;
 b) o quê? — com linha simples
 c) quando? — Com linha tracejada

2) Releia os segmentos de frase que você sublinhou com linha simples
 a) qual fato é uma ação pontual e qual é uma ação frequente?
b) qual desses segmentos tem uma função descritiva, embora se refira a uma ação?

3) Na transcrição foram retirados os dois subtítulos (olhos) que a reportagem possuía.
 a) Crie um subtítulo (olho) que ressalte uma informação contida no segundo parágrafo do texto.
 b)Crie um subtítulo a partir do depoimento de Jorge Teixeira da Silva .

domingo, 11 de setembro de 2016

Redação

Leia com atenção!
A notícia é composta de duas partes: a manchete e o texto.

Manchete: resume a notícia em poucas linhas (2 a 3) e tem o objetivo de atrair o leitor para ler o texto.

Texto: os fatos narrados do acontecimento em questão.”


Observe as imagens a abaixo. Escolha uma delas e escreva uma notícia, de acordo com os critérios estudados em sala de aula. Se quiser escolher outra, acesse o site: http://noticias.uol.com.br/album/album-do-dia/2013/08/07/imagens-do-dia---7-de-agosto-de-2013.htm?abrefoto=14, há imagens fantásticas. Não esqueça! Seu texto deverá responder às questões: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê?
Seu texto deverá ser feito em folha separada.




Imagens: WWW.uol.com.br. Acesso em 07.08.13

sábado, 10 de setembro de 2016

REDAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Leia com atenção e responda as questões abaixo

Coisas que pegamos no quintal…
DE MARICÁ PARA MARICOLÁ

Bruxa bonita não tem vez!
Vejam vocês que Maricolá se jogou no mar porque suas irmãs, Maricá, e Marilá, a transformaram numa pessoa horrorosa. Ela estava pensando como recuperar sua vassoura para se locomover com mais facilidade, no fundo do mar ou quem sabe, até, voltar para o penhasco, quando...
Nesse instante bateram na porta. Marcelina, a sereia-secretária, veio nadando apressadinha, murmurou um “com licença” e foi atender.
Era o Peixe-Serra, o correio do fundo do mar, trazendo uma carta presa ao serrote.
- Diga pra dona da casa botar luz na entrada da gruta. Custei pra achar o número e isso não está certo! – queixou-se ele.
- Deve ter acontecido alguma coisa com os peixes de iluminação. Mas também, por que não trabalha de dia? São horas de entregar cartas?
- Aí no envelope está escrito “urgente”, o que quer dizer “o mais depressa possível”. Pode ser até uma questão de vida ou morte. Ande, menina! Corra pra dentro e entregue a carta. Se tiver resposta eu levo.
Marcelina obedeceu resmungando:
- Não é urgente coisa nenhuma! Está amarrada com uma pedrinha e isso quer dizer que é mais uma carta cheia de desaforos das bruxas do alto do penhasco. Dona Guiomar vai ler e jogar no lixo.
Mas depois viu que a carta estava endereçada a Maricolá. Estava escrito no envelope:

Exma. Srta.
Maricolá Alvissareira da Penha
Aos cuidados da Dona Guiomar Marazul
Alameda das Esponjas Vermelhas nº 25
URGENTE

- Aquela bruxa esquisita mal chegou e já está recebendo cartas, e ainda por cima, carta urgente – pensou Marcelina desconfiada. Entregou a carta a Maricolá e ficou parada diante dela olhando-a com grande curiosidade.
Era uma carta de Maricá. A bruxinha leu e fez a cara mais espantada do mundo. Nunca pensou que a irmã pudesse escrever uma coisa assim tão carinhosa. A carta dizia:
“Querida Franguinha Gorducha, como vai? Não se resfriou ainda na água fria? Estamos muito preocupadas e achamos que está na hora de você voltar. Sabe que se ficar mais tempo pode virar um marisco, um tubarão ou uma água-viva! Estamos mais do que preocupadas, estamos APAVORADAS.
Por favor, irmãzinha, pegue lápis e papel e escreva à sua vassoura, pedindo para ela ir buscar você. E depressa ouviu? A carta tem que ser enviada para a Praia do Mar-Virado. Eu e a Marilá vamos passar a noite lá, esperando.
Sete beijinhos para você.”
E depois vinha a assinatura:
“Maricá”
Maria Heloisa Penteado (Adaptado de Maricá, Marilá e Maricolá.







Questão 01- Procure no texto as palavras que significam:
a) mais que preocupadas                            b) morro alto de pedra
c) o mais depressa possível                        d) carta destinada a Maricolá

Questão 02 – Responda as questões, de acordo com o texto:
a) Por que o Peixe-Serra pediu para botar luz na entrada da gruta?
b) Que motivo levou o Peixe- Serra a não esperar o dia para entregar a carta?
c) O que fez Marcelina pensar que a carta havia vindo do penhasco?
d) Por que Maricolá ficou espantada ao perceber que a carta era carinhosa e vinda de Maricá?

QUESTÃO 03 – Responda
a) Por que o texto se chama “De Maricá para Maricolá”?
b) Que outro título você daria para esse texto? Justifique sua resposta.

QUESTÃO 04 – Leia os fatos e complete com as causas que levaram cada um a acontecer.
b) Maricolá se jogou no mar.
Causa –
b) Maricá enviou uma carta a Maricolá.
Causa –

QUESTÃO 05 – A saudação da carta é “Querida Franguinha Gorducha...”
a) Por que será que Maricá saudou Maricolá dessa forma?
b) O que você pensa que Maricolá achou desse fato? Justifique sua resposta.

II – Faça uma redação como se você fosse uma bruxa ou um bruxo e estivesse em uma cidade longe da sua. Como suas poções mágicas terminaram e você precisa mais, você escreverá uma carta para alguém que possa lhe enviar novas poções. Você deve justificar a está pessoa do porquê precisa que seja enviado urgentemente. Sua missão no mundo é melhorar a vida das pessoas. (sua redação precisa ter mais de 20 linhas)

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

“NO TEMPO DAS CAVERNAS”


___ Nas escavações feitas em muitos lugares, continuou Dona Benta, acharam-se pontas de flechas e de lanças e também machados. (Pedrinho piscou para o Visconde.) Não de ferro, como os de hoje, mas de pedra. Poderiam esses objetos provar a existência , naqueles tempos, de leões,jacarés ou de avestruzes?
___ Não, vovó ___ gritaram os dois meninos. Só podiam provar a existência de homens, porque só os homens usam tais objetos.
___ Muito bem ___ aprovou dona Benta. E o fato desse objetos serem de pedra prova que o ferro ainda não se achava descoberto. E o fato de estarem enterrados muito fundo, com espessíssimas e velhíssimas camadas de terra em cima, prova que isso foi muitos anos séculos antes da descoberta do ferro. Também foram encontrados ossos de homens dessa era, os quais morreram milhares de anos antes que a humanidade principiasse a ter história. Guiados por tudo isso, nós hoje sabemos que  vida levavam esses nossos antepassados da Idade da Pedra, como dizem os sábios.
Eram puros animais selvagens, dos mais ferozes e brutos. Diferença única: andavam sobre dois pés. Fora daí, pelados como os lobos e cruéis como todas as feras. Não dormiam em casas. Quando a noite vinha, o chão lhes servia de cama. Mais tarde o frio os obrigou a morarem em cavernas de pedra, onde estavam mais abrigados dos rigores do tempo e da sanha dos outros animais. Homens, mulheres e crianças eram, pois, simples bichos de caverna.
Passavam o tempo caçando viventes mais fracos ou fugindo de outros mais fortes. Na caça usavam o mundéu, isto é, um buraco feito no chão, disfarçados com galhos secos, folhas e terra em cima. Ou então empregavam flechas de ponta de pedra e machados também de pedra. Em certas cavernas por eles habitadas foram encontrados desenhos de animais que costumavam caçar, desenhos feitos na pedra.
___ Com que lápis, vovó? ___ perguntou Narizinho.
___ Tais desenhos eram evidentemente feitos com pontas de pedras lascadas. Por mais que a gente dê tratos à bola não consegue descobrir outro lápis possível em tal época. Esses homens alimentavam-se do que podiam apanhar ___ de caça, de castanhas, de mel, de frutas, de ovos furtados aos ninhos. E tudo comiam cru, pois o fogo ainda não fora descoberto. Deviam ser de uma ferocidade sem- par.
___ E que língua falavam, vovó? ___ perguntou Pedrinho.
___ Expressavam-se por meio de grunhidos. No entanto, foi desses bárbaros grunhidos que provieram todas as línguas modernas. Como roupas usavam sobre o corpo a pele dos animais caçados ___ não peles curtidas e macias como as que temos hoje, mas cruas e com mau cheiro. Horríveis e desagradabilíssimos esses nossos antepassados! O meio de conseguir mulher não era namorar uma rapariga e pedi-la em casamento. Nada disso. O pretendente marcava na caverna próxima uma que lhe agradasse e de repente entrava lá de cacete em punho, amassava a cabeça da menina, ou dos pais, caso a defendessem, e a levava sem sentidos, arrastada pelos cabelos. Uma pura caçada.
Eram homens de luta permanente. Atacar, roubar, matar o mais fraco, bem como fugir do mais forte,constitui a regra de vida que vem da primeira lei da natureza: ___ cada qual por si. Ou mata ou é matado; ou rouba ou é roubado. Nós somos descendentes dessas bárbaras criaturas e por isso temos no sangue muita de sua selvageria. Apesar da educação que o progresso geral trouxe, inúmeros homens hoje ainda agem como os da Idade da Pedra. Por isso é que existem tantas cadeias e forcas e cadeiras elétricas.
___ Você queria ser nascida na Idade da Pedra, Emília? ___ perguntou Narizinho à boneca.
___ Queria, sim, só para ter o gosto de ver uma noiva arrastada pelos cabelos.
___ Boba! Não valia a pena. Uma menina daquele tempo não tinha banheiro para tomar banho de manhã, não tinha escova para escovar os dentes, nem pente para pentear os cabelos. Um horror de vida...
___ Além disso ___ continuou Dona Benta ___, por falta de talheres tinha de comer com os dedos numa grande e feia panela de barro, única para toda a caverna. Nada de cadeiras e camas ou redes. Para sentar e dormir, chão duro. Nada de livros, lápis e papel para escrever. Os dias sempre iguais e completamente vazios. Uma menina como você teria de passar as horas brincando com os irmãos de fazer pelotas de barro, ou coisa semelhante. As cavernas eram escuríssimas e úmidas, cheias de morcegos e aranhas. Vestuário, quando havia, era a pele de uma onça morta pelo pai ___ pele que só abrigava parte do corpo. Nos dias de inverno, como não houvesse fogo, era aguentar-se encolhidinha dentro de tal pele. E comida, então? Algumas frutas do mato e um naco de carne crua, isso para o almoço. Para o jantar, a mesma coisa. Amanhã, depois de amanhã e sempre ___ a mesma coisa, a mesma coisa! Nada que fazer durante o dia senão estar permanentemente de guarda contra os tigres e ursos. Não havendo portas nem cercas, os tigres perseguiam os homens até o fundo da caverna. Que tal essa vida, Emília? Ainda desejava ter nascido na Idade da Pedra?
                           ( Monteiro Lobato)
VOCABULÁRIO: NACO- pedaço  /    SANHA- ira, fúria    /   PROVIR- ter origem,proceder

1- Observe: “... pois que o fogo não fora descoberto.”, nessa frase, fogo está em seu sentido próprio. Assinale as frases em que essa palavra foi usada em sentido figurado.
a- (  ) O fogo de seus olhos inspira-me versos de amor.  
b- (  ) O fogo destruiu toda a fábrica.                
c- (  ) O fogo da juventude permanece em meu coração.
d- (  ) Quem bebe, fica de fogo.
e- (  ) Estou fervendo o leite em fogo brando.
2- Nas escavações feitas em muitos lugares foram encontrados pontas de flechas e de lanças e machados de pedra. O que isso prova? Por quê?
3- Escreva duas evidências de que o ferro ainda não fora descoberto.
1ª evidência:___________________________________________
2ª evidência:___________________________________________
4- Em que época esses homens morreram?___________________________
5- Falando da forma de vida de nossos antepassados, que comparações Dona Benta faz? Responda com a frase do texto.
6- No final do 4º parágrafo, a que conclusão Dona Benta chega a respeito de nossos antepassados?
7- Através de qual registro ficamos sabendo que tipos de bichos os homens das cavernas caçavam?
8- Leia as frases e escreva nos parênteses se elas expressam:
F- um fato (aquilo que realmente aconteceu)
O- uma opinião (modo de ver do narrador)
(   ) “Passavam o tempo caçando viventes mais fracos...)
(   ) “Deviam ser de uma ferocidade sem-par.”
(   ) “... o fogo ainda não fora descoberto.”
(   ) “... inúmeros homens hoje ainda agem como os da Idade da Pedra.”
9- Levantam-se hipóteses acerca da origem das línguas. Que hipótese Dona Benta levantou?
10- Por que Emília gostaria de ter nascido na Idade da Pedra?
11- Separe o sujeito e o predicado das frases abaixo, classifique-os e aponte o núcleo dos mesmos..
A-“... gritaram os dois meninos.”         B-“ As cavernas eram escuríssimas e úmidas....

Redação

Produção textual
Leia atentamente o fragmento do texto e dê uma continuidade a ele.
Você deverá dar ênfase ao clímax e ao desfecho.
Poderá colocar mais personagens, criar o ambiente,dar falas aos personagens, ou seja, poderá usar a criatividade e desenvolver um texto interessante. Use linguagem formal e não rasure!! Em folha separada
Bom trabalho!!!

Primeira aventura de Alexandre

Naquela noite de lua cheia estavam acocorados os vizinhos na sala pequena de Alexandre: seu Libório, cantador de emboladas, o cego preto Firmino e Mestre Gaudêncio curandeiro, que rezava contra mordedura de cobras. Das Dores, benzedeira de quebranto e afilhada do casal, agachava-se na esteira cochichando com Cesária.
– Vou contar aos senhores… principiou Alexandre, amarrando o cigarro de palha.
Os amigos abriram os ouvidos e Das Dores interrompeu o cochicho:
– Conte, meu padrinho.
Alexandre acendeu o cigarro ao candeeiro de folha, escanchou-se na rede e perguntou:
– Os senhores já sabem por que é que eu tenho um olho torto?
Mestre Gaudêncio respondeu que não sabia e acomodou-se num cepo que servia de cadeira.
– Pois eu digo, continuou Alexandre. Mas talvez nem possa escorrer tudo hoje, porque essa história nasce de outra,
Então , tudo começou....

Primeira aventura de Alexandre

Leia atentamente o fragmento do texto e dê uma continuidade a ele.
Você deverá dar ênfase ao clímax e ao desfecho.
Poderá colocar mais personagens, criar o ambiente,dar falas aos personagens, ou seja, poderá usar a criatividade e desenvolver um texto interessante. Use linguagem formal e não rasure!! Em folha separada
Bom trabalho!!!



Naquela noite de lua cheia estavam acocorados os vizinhos na sala pequena de Alexandre: seu Libório, cantador de emboladas, o cego preto Firmino e Mestre Gaudêncio curandeiro, que rezava contra mordedura de cobras. Das Dores, benzedeira de quebranto e afilhada do casal, agachava-se na esteira cochichando com Cesária.
– Vou contar aos senhores… principiou Alexandre, amarrando o cigarro de palha.
Os amigos abriram os ouvidos e Das Dores interrompeu o cochicho:
– Conte, meu padrinho.
Alexandre acendeu o cigarro ao candeeiro de folha, escanchou-se na rede e perguntou:
– Os senhores já sabem por que é que eu tenho um olho torto?
Mestre Gaudêncio respondeu que não sabia e acomodou-se num cepo que servia de cadeira.
– Pois eu digo, continuou Alexandre. Mas talvez nem possa escorrer tudo hoje, porque essa história nasce de outra,
Então , tudo começou....

TENTAÇÃO


   Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
   Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
   Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
   Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
   A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.
   Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
   Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
   No meio de tanta vaga  impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
   Mas ambos eram comprometidos.
   Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
   A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.

   Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.

Conto extraído de LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
Após ler o texto, responda:
1 Quem são as personagens principais? O que elas têm em comum?
2. O que a menina fazia sentada na porta de casa, às duas horas da tarde?
3. Onde se passa a história? Retire do texto uma frase que apresenta uma característica marcante do cenário.


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Pirata do Mar, Corsário do Rei

Leia-o para responder às questões em seu caderno.
 Pirata do Mar, Corsário do Rei
 Quando a gente ouve falar em piratas e corsários, logo vem à lembrança a bandeira da caveira com fundo preto e o personagem do Capitão Gancho, da história do Peter Pan. São imagens do mundo da fantasia que têm uma relação com uma época em que o corsário e o pirata eram figuras de destaque. Na verdade, a pirataria é tão antiga quanto a capacidade humana de navegar!
 1 Na Antiguidade, os gregos já enfrentavam problemas com os ataques de piratas e corsários. O mar Mediterrâneo era importante para o contato entre os povos daquele tempo. Através desse mar faziam-se trocas de vários tipos. Os navios que singravam o Mediterrâneo, na maior parte das vezes tinham uma única vela central: triangular, entre os romanos, e quadrada, entre os fenícios.
 2 Durante os conflitos militares, essas embarcações serviam para o transporte de guerreiros e armamentos. E aí as coisas se confundiam: enquanto se faziam trocas culturais e comerciais, dominava-se militarmente as regiões exploradas.
3 Os gregos chamavam habitualmente os fenícios e os cretenses de piratas. Isso quer dizer que, naquela época, eram piratas todos os povos rivais dos gregos que habitavam as regiões costeiras. Esses navegantes eram apoiados e sustentados por suas comunidades de origem e promoviam as disputas pelas rotas mediterrâneas.
4 Na Europa da Idade Média, depois dos séculos VIII e IX, a pirataria confundia-se com a rivalidade religiosa entre os cristãos e os muçulmanos. Os inimigos dos europeus católicos eram sobretudo os berberes, árabes da África no Norte. Eles dominaram a navegação no mar Mediterrâneo, atacando sucessivamente o sul da Europa, em particular a Itália. Chegaram a construir fortificações e portos, que serviam de ponto de apoio para as ações comerciais e militares. Tudo indica que nesse período da história europeia falava-se mais em corsários e em corso.
 5 Assim, a palavra pirata era usada pelos gregos e romanos antigos, enquanto a expressão corsário vem do italiano. A diferença entre as palavras revela uma outra distinção: a pirataria era uma atividade ilegal, era o “roubo” e aplicava-se ao “ladrão do mar”. Já o corsá- rio e o corso cumpriam um serviço oficial, autorizado; o corsário estava a serviço do governo. Por isso, o pirata era uma ameaça e um inimigo da sociedade, enquanto o corsário era um servidor do rei, um defensor da ordem.
6 Os corsários eram, por isso mesmo, incentivados e financiados por um rei que assegurava as forças navais. Naquele tempo não havia marinha como hoje. Por isso, os marujos eram recrutados nos portos, trabalhando em troca de um salário e em troca de uma parte do saque aos inimigos. Uma empresa de corsários contava com uma frota de navios, em geral composta de dois a quatro barcos, como os galeões, abastecidos de armas, como canhões e munição de pólvora. A tripulação era organizada de modo militar, com uma rígida distribuição de tarefas, com oficiais e subordinados.
7 Já os piratas, na maior parte das vezes, só contavam com o apoio pessoal. Por isso, tinham uma organização com maior igualdade de obrigações e direitos, assim como de ganhos. Também havia casos de capitães que conseguiam ser tão bem-sucedidos que armavam uma nau por conta própria e contratavam serviços de marinheiros. Eram grandes empresários ilegais. De qualquer maneira, para os inimigos dos corsários, para os que sofriam seus ataques, todos eram piratas.
8 Seria na América, sobretudo entre os séculos XVI e XIX que os piratas e os corsá- rios iriam ganhar a fama que têm até hoje. Eles saqueavam em toda a parte do continente americano, inclusive no Brasil. Mas foi especialmente no Caribe e nas Antilhas, na região do Golfo do México, na América Central, que eles iriam atuar. Essa era uma região de disputa de território entre espanhóis, ingleses, franceses e holandeses. Essas nações procuravam controlar territórios e mares, de maneira a aumentar o domínio colonial.
9 Ali encontravam-se verdadeiros “ladrões do mar”, ao lado de “corsários do rei”, circulando entre as inúmeras baías e ilhas da área, que favoreciam o esconderijo e a ação disfarçada de contrabando e roubo.
 10 As disputas entre as coroas europeias fizeram com que certos piratas ganhassem “cartas de marca”, a autorização para agir em nome do rei, o que os transformava em corsários. No Caribe e nas Antilhas, esses piratas transformados em corsários iriam receber o nome de flibusteiros — no caso de franceses e holandeses — e bucaneiros — no caso de ingleses. Muitos ficaram famosos como Francis Drake, o Capitão Kid e o Barba-Negra, todos ingleses, e o francês Jean Lafitte.
 11 A atividade de corso e piratas sempre esteve associada à navegação e ao comércio praticado em portos e cidades costeiras. Para manter as aparências e assegurar a proteção, os pontos de apoio e de esconderijo dos piratas ficavam nas pequenas baías ou bocas de rios, nas proximidades dos mercados e portos das cidades.
Questões:
1)Os historiadores costumam dividir a História Ocidental em quatro grandes períodos: Antiguidade (até o século V d.C). — Idade Média (do século V ao século XV) — Idade Moderna (do século XVI ao XVIII) — Idade Contemporânea (do século XVIII até hoje).
 a) A que povos ou civilizações da Antiguidade o texto se refere?
b) Em que mar se desenvolveu a pirataria na Antiguidade e na Idade Média?
 c) Com a colonização das Américas a partir do século XVI, as rotas comerciais se expandem e, por isso, a pirataria se desloca para outros mares. Em qual oceano se concentram as principais atividades dos piratas e corsários nessa época?
2) Quem eram os piratas para os gregos?
3) Qual a diferença entre piratas e corsários?


Poesia e Interpretação

Pois é
Falaram tanto que desta vez
A morena foi embora
Disseram que era maioral
E eu é que não quis acreditar
Endeusaram a morena tanto tanto
Que ela resolveu me abandonar
A maldade dessa gente é uma arte
Tanto fizeram que houve a separação.
Mulher a gente encontra em toda parte
Mas não se encontra a mulher
Que a gente tem no coração.                                            (CD Leva meu samba. Som Livre- autor: Ataulfo Alves)

1) Como você sabe, a voz que fala nos versos de um poema ou de uma canção é o eu lírico. Nessa canção, o eu lírico se sente vítima do diz-que-mediz de alguém.
a) O que devem ter dito à morena?
b) Levante hipóteses: O que devem ter falado à morena sobre o eu lírico?
c) Que expressão, empregada na 2ª estrofe, revela a opinião do eu lírico de que sua separação foi resultado do mau-caratismo de alguém?

Realidade
Existe, sim,menina,
Tudo: disco-voador,
Oitavo sentido, utopia,
Pedra filosofal,
Feng Shui, astrologia,
Cromoterapia, bobagens
Que surgem do nada.
Mas existirá
Coração em cada corpo?
Sim, não, n.d.a?                                      (Ulisses Tavares. Diário de uma paixão. São Paulo: Geração Editorial, 2005)
2)No início do poema, o eu lírico afirma que existe tudo. Essa afirmação, no contexto, expressa certeza ou dúvida? Justifique sua resposta com palavras do texto.
3)No final do poema, o eu lírico pergunta: “existirá coração em cada corpo?”.A palavra coração foi empregada com qual sentido?
4)Conclua: Qual é a condição emocional do eu lírico?
5)No  último verso, o eu lírico enumera três opções: sim, não, n.d.a.. O que significa a expressão n.d.a.? Em que contexto ela costume ser empregada?

INSCRIÇÃO PARA UMA LAREIRA
A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...
( Mário Quintana. Esconderijos do tempo. São Paulo: Globo.)
Glossário:
Salamandra: tipo de anfíbio que, segundo uma lenda antiga, pode atravessar o fogo sem se queimar.
Toro: tronco de árvore cortada
6)Na primeira estrofe do poema, Mário Quintana usa uma metáfora para definir a vida.
a)Qual é essa metáfora?
7)Proponha outra metáfora para conceituar a vida e explique como criou essa metáfora.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Redação

 “Como as plantas a amizade não deve ser muito nem pouco regada.”
Carlos Drummond de Andrade
Leia o poema abaixo para fazer sua produção textual. Observe que há personagens , os quais têm desencontros amorosos. Porém, você escreverá sobre os personagens: Lili e J. Pinto Fernandes. Acrescente características, diálogos, espaço, poderá ser linear o alinear. O texto será em prosa, a linguagem deverá ser a padrão.
Coloque um título interessante e utilize, no mínimo, 25 e máximo  35 linhas para seu texto. Bom trabalho.

QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
Fonte: http://pensador.uol.com.br/frase/Mzk0MDY/


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O menino e o arco-íris

     
    Era uma vez um menino curioso e entediado. Começou assustando-se com as cadeiras, as mesas e os demais objetos domésticos. Apalpava-os, mordia  e jogava-os no chão: esperava certamente uma resposta que os objetos não lhe davam. Descobriu alguns objetos mais interessantes que os sapatos: os copos – estes, quando atirados ao chão, quebravam-se. Já era alguma coisa, pelo menos não permaneciam os mesmos depois da ação. Mas logo o menino (que era profundamente entediado) cansou-se dos copos: no fim de tudo era vidro e só vidro.
    Mais tarde pôde passar para o quintal e descobriu as galinhas e as plantas. Já eram mais interessantes, sobretudo as galinhas, que falavam uma língua incompreensível e bicavam a terra. Conheceu o peru, a galinha-d´angola e o pavão. Mas logo se acostumou a todos eles, e continuou entediado como sempre.
    Não pensava, não indagava com palavras, mas explorava sem cessar a realidade.
    Quando pôde sair à rua, teve novas esperanças: um dia escapou e percorreu o maior espaço possível, ruas, praças, largos onde meninos jogavam futebol, viu igrejas,automóveis e um trator que modificava um terreno. Perdeu-se. Fugiu outra vez para ver o trator trabalhando. Mas eis que o trabalho do trator deu na banalidade: canteiros para flores convencionais, um coreto etc. E o menino cansou-se da rua, voltou para o seu quintal.
    O tédio levou o menino aos jogos de azar, aos banhos de mar e às viagens para a outra margem do rio. A margem de lá era igual à de cá. O menino cresceu e, no amor como no cinema, não encontrou o que procurava. Um dia, passando por um córrego, viu que as águas eram coloridas. Desceu pela margem, examinou: eram coloridas!
    Desde então, todos os dias dava um jeito de ir ver as cores do córrego. Mas quando alguém lhe disse que o colorido das águas provinha de uma lavanderia próxima, começou a gritar que não, que as águas vinham do arco-íris. Foi recolhido ao manicômio.
E daí?    
                                                           (GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris. São Paulo: Ática, 2001. p. 5)

Após ler atentamente o texto,

1.Identifique:  Título; Autor; Obra da qual faz parte.

2.“Mas logo se acostumou a todos eles”.O termo em destaque refere-se no texto a:
(A) animais no quintal.                                   (B) cadeiras e mesas.
(C) sapatos e copos.                                     (D) jogos de azar.

3. Pode-se concluir que o tema do texto é:
(A) a curiosidade.                                        (B) a insatisfação.      
(C) a natureza.                                            (D) a saudade.

4. De acordo com o texto, o menino procurava, desde criança, por:
(A) alguma coisa surpreendente.               (B) galinhas e plantas interessantes.
(C) um arco-íris.                                         (D) banhos de mar.

5. “E daí?” A frase final do texto demonstra que a opinião do narrador sobre o destino do menino é de:
(A) pena e desespero.                                 (B) simpatia e aprovação.
(C) indiferença e conformismo.                   (D) esperança e simpatia.

6. “Desceu pela margem, examinou: eram coloridas!”
No trecho, os sinais de pontuação empregados assinalam:
(A) o tédio do menino.                                (B) a surpresa do menino.
(C) a dúvida do narrador.                           (D) o comentário do narrador.

7- Em relação ao trecho “ que o colorido das águas provinha de uma lavanderia próxima”, o que podemos concluir em relação ao córrego?


8- Identifique:
a- narrador: tipo, foco narrativo:
b- características do menino ( primeiro parágrafo):
c- adjetivo atribuído à galinha e à língua que elas falavam:
d- qualidade atribuída às águas do córrego:

9- Faça o que se pede:
a- assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam dígrafo:
(   ) córrego, terra, cessar, trabalho.
(   ) vidro, provinha, flores, assustando.
b- assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam encontro consonantal:
(   ) tarde, passar, vinham, margem.
(   ) domésticos, mordia, esperança, largos.

10- Circule os encontros vocálicos, a seguir, separe as palavras abaixo de acordo com o tipo de encontro que apresentam:
*entediado, começou, mordia, chão, rua, automóveis, língua, realidade, quando, lavanderia, canteiros, tédio, viagens, dia, desceu, desceu.
Ditongo:
Hiato:

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