Miscelâneas do Eu

Expressar as ideais, registrar os pensamentos, sonhos, devaneios num pequeno e simplório blog desta escritora amadora que vos fala são as formas que encontrei para registrar a existência neste mundo.

Não cabe a mim julgar certo ou errado e sim, escrever o que sinto sobre o que me cerca.

A única coisa que não abro mão é do amor pelos seres humanos e incompreensão diante da capacidade de alguns serem cruéis com sua própria espécie.

Nana Pimentel

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sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Alguém comum



Acorda de manhã e mais um dia ela pensa.

O sol entra pela janela e os raios atingem seu rosto. As cortinas já não estão mais neste quarto. Ela esfrega os olhos, puxa o edredom ao rosto e tenta continuar a dormir.

Não adianta. Despertador toca.

Não dá mais tempo pra esfregar o rosto nos lençóis, espreguiçar-se. Tem que levantar e ponto final.

Mais um dia qualquer na vida de uma pessoa qualquer.

O jeito é acordar dentro do chuveiro. Pronto.

Lá está ela com a água correndo no corpo. Não se importa com nada além de si durante 15 minutos. Agora é ir à batalha.

Sai de casa algum tempo depois usando o velho jeans, uma sandália e uma blusa mais ou menos nova para procurar trabalho.

Aqui está uma brasileira comum, de tempos em tempos procurando trabalho, sem formação específica nem idade para os programas de governo lhe ajudarem em uma colocação profissional. E assim, ela leva a vida, de empresa à empresa, sem formação e função das mais variadas.

A vida da brasileira comum é assim mesmo. Procura um emprego, arruma, trabalha, e muda novamente. Uns dizem, o importante é não ficar parado e estar ganhando sempre. Será? Até quando?

Ela já não sabe mais onde ir ou a quem entregar aqueles malditos curriculos que não saem das gavetas das empresas.

Aqui já começa o desespero da criatura. Quem sabe tentar uma vaga como meretriz? Loucura! Como se isso fosse fácil? Vocês sabiam que tem de ter perfil pra isso também? Não é pra qualquer uma.

Alguém parou pra pensar na profissão que estas pessoas exercem? Uns assombram em piadinhas do tipo "vida dura". A verdade que é sim. São pessoas que obviamente são obrigadas a se sujeitar a clientes dos mais sórdidos e indesejáveis possíveis para cumprirem com suas obrigações profissionais. Claro, não sejamos inocentes em pensar que estas não gostam do que fazem. Certamente há quem goste como em qualquer profissão. No entanto, muitas não vêem alternativas para suas vidas.

Mas voltando a nossa desempregada, ela já pensou em todas as possibilidade mas não desistiu ainda de encontrar um trabalho digno em algum lugar.


A noite ela volta para casa com suas pernas inchadas, seus pés doendo e seu corpo já padecendo os efeitos do tempo.  

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Vida




Dizer que viver é ruim, mentira. Entretanto, falar que tudo é belo, é hipocrisia.
Todos os momentos são únicos, surpreendentes, mesmo aqueles que acreditamos saber seu desfecho.
Quando penso nas vira-voltas de todo o ser humano, acredito que o sentido de nossas vidas simplesmente manifesta-se na ação do existir. Nada além do fato de a alma e o corpo estarem manifestando-se. Sendo assim, não há romantismo ou hipóteses na existência que sustente esta frase: “somos a vida e a vida somos”.
Os dissabores, realizações mostram apenas o que pode ser melhor ou pior para nós mesmos. Independente de crença, vida pós morte. Por isso, faça o melhor hoje pois amanhã você será pó.
Muitas transformações na existência são registradas em nossos corpos e mentes. Processos vividos com lágrimas, risos, dores, orgasmos, amores, ódios, entre tantos outros sentimentos que invadem a vida de cada um.
Mudanças sociais e financeiras são intensas, de Cinderela a Gata Borralheira e vice-versa. No meu caso, acredito estar vivendo a primeira. Fazer o quê? Viver!
Acho que Exupery sabia ao dizer essa frase que iria além das fronteiras das relações humanas, “és eternamente responsáveis por aquilo que cativas” porque somos responsáveis sim, pelo que levamos de nossas ações e consequentemente, a vida que temos.
Nesta situação me enquadro com as satisfações pessoais e penúrias.

Nem questiono o sopro divino da existência aqui. Não seria possível levar em consideração o fato da fragilidade de nosso corpo e mente diante da morte e vida. Hoje, vivos e segundos após mortos.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Mundo



Mundo cheio de tudo.
Insatisfeito na diferença,
satisfeito nos seus ideais.

Mundo de pessoas que olham para si
e dizem olhar pelo outro.
Não aceitam que o outro seja diferente
no seu jeito de viver.
Julgam o que acreditam certo,
esquecendo-se que é impossível julgar
sem ser colocado no outro lado da balança também.


Volte sempre!

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