Miscelâneas do Eu

Expressar as ideais, registrar os pensamentos, sonhos, devaneios num pequeno e simplório blog desta escritora amadora que vos fala são as formas que encontrei para registrar a existência neste mundo.

Não cabe a mim julgar certo ou errado e sim, escrever o que sinto sobre o que me cerca.

A única coisa que não abro mão é do amor pelos seres humanos e incompreensão diante da capacidade de alguns serem cruéis com sua própria espécie.

Nana Pimentel

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

O ato de leitura não corresponde unicamente ao entendimento do mundo do texto escrito

O ato de leitura não corresponde unicamente ao entendimento do mundo do texto, seja ele escrito ou não. A leitura carece da mobilização do universo de conhecimento do outro – do leitor – para atualizar o universo do texto e fazer sentido na vida, que é o lugar onde o texto realmente. Aprender a ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes esferas sociais (jornalísitca, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária, entre outras) para desenvolver uma atitude crítica, quer dizer, de discernimento, que leve a pessoa a perceber as vozes presentes nos textos e perceber-se capaz de tornar a palavra diante deles.

Para pensar a prática da leitura, sobretudo de seu ensino, o mediador não pode depender de receitas e fórmulas, tomadas emprestadas de outras situações e contextos, como modos de fazer. É necessária uma aitude de reflexão sobre as implicações presentes no ato de ler e o estabelecimento de uma disposição para inovar, nascida da confiança em sua própria capacidade de pensar e criar nas circunstâncias em que desenvolve seu propósito.
Quem lê observa desde o conteúdo veiculado, o tema, a mensagem, até os possíveis interlocutores, as vozes presentes na enunciação e o papel social que representam, as ideologias postas, os argumentos, as intertextualidades latentes ou explícitas, a escolha das palavras e seu efeito. Enfim, ler não é improviso.

Julgo que alguns elementos são importantes para criar e sustentar práticas leitoras, passando por uma necessária experiência que integra distintas camadas de familiarização com a linguagem e seus usos. A partir da oralização de narrativas, saliento o papel da memória na constituição de uma (inter)subjetividade, da recepção e seus efeitos, do exercício interativo que dá sustentação ao jogo interpretativo – provocando uma fruição que passa, inclusive, pela descoberta de interxtualidades – e de uma ética da leitura. Meu convite é para pensarmos em como podemos contribuir para a formação de leitores.

YUNES, Eliana. "Apresentação". In Tecendo um leitor: uma rede de fios cruzados. Curitiba: Aymará, 2009, p.9.

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